
A eleição para definir o próximo presidente da Câmara dos Deputados se aproxima e tem ganhado contornos de decisão de final de campeonato. As candidaturas dos parlamentares Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP) têm movimentado os bastidores, afinal um dos dois será o responsável por definir as pautas que estarão em votação no Congresso pelos próximos dois anos. No meio disso tudo, oito deputados federais com ligações com a Baixada Fluminense vão exercer seu direito ao voto e o BAIXADA POLÍTICA analisa as opções de cada um.
Antes de entrar na questão da votação, é preciso entender o contexto da eleição que ocorre este ano. Em dezembro de 2020, o STF vetou a possibilidade de reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) para as presidências da Câmara e do Senado, respectivamente. Isso movimentou os bastidores e transformou o pleito em um jogo de xadrez, principalmente no Congresso Federal.
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro anunciava apoio a Arthur Lira, Rodrigo Maia se movimentava para costurar uma aliança inédita que envolve partidos desde o centro-direita até a extrema-esquerda para apoiar seu candidato, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP). Além deles dois, outros seis candidatos devem concorrer, mesmo sem o apoio dos partidos. São eles: Fábio Ramalho (MDB-MG), Capitão Augusto (PL-SP), André Janones (Avante-MG) e Alexandre Frota (PSL-SP). As cartas estão na mesa e agora cabe a cada um dos concorrentes pensar no próprio jogo e executar seus movimentos para viabilizar a vitória.
Apoio dos partidos
Lira conta com a sinalização de apoio de 10 partidos (PL, PP, PSD, Republicanos, Solidariedade, PTB, PROS, PSC, Avante, Patriota) que juntos somam 207 deputados. Do outro lado, Rossi tem ao seu lado a garantia de 11 partidos (PT, MDB, PSDB, PSB, DEM, PDT, PC do B, Cidadania, PV, Rede, PSL) que possuem 278 parlamentares. No entanto, como a votação deverá ser secreta, pode haver dissidentes em ambos os lados, o que torna a disputa aberta.
Recentemente, deputados eleitos pelo PSL assinaram um documento no qual se juntam ao bloco de Lira. A cúpula do partido alega que 17 parlamentares que estão nessa lista estão suspensos e por isso o documento não possui validade.
Deputados da Baixada Fluminense divididos
Na Baixada Fluminense também não será surpresa se os deputados que atuam na região não seguirem o apoio dos respectivos partidos. Na próxima semana, inclusive, Lira deve visitar a região e se reunir com o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e a deputada Daniela do Waguinho (MDB) para fechar o apoio na sua candidatura.
Irmão do prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB-RJ), e aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado Gutemberg Reis deve seguir a votação em Lira mesmo com Rodrigo Maia tentando convencê-lo. Estar alinhado com o governo Bolsonaro é uma estratégia da família Reis para alçar voos maiores em 2022.
O caso também é semelhante ao de Daniela do Waguinho (MDB-RJ), esposa do prefeito de Belford Roxo, Waguinho, outro aliado do Governo Federal na Baixada. Durante a campanha de 2020, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) caminhou junto com Waguinho, ajudando o atual prefeito na reeleição.
Além dos deputados do MDB, a Baixada Fluminense conta ainda com outros seis parlamentares aptos ao voto. São eles: Juninho do Pneu (DEM-RJ), Professor Joziel (PSL-RJ), Rosângela Gomes (Republicanos), Ricardo da Karol (PSC), Gelson Azevedo (PL) e Áureo (Solidariedade). Porém, diante do cenário atual, é impossível cravar quem será a opção de voto de cada um. Seguindo o apoio dos partidos e já considerando as mudanças do MDB, Arthur Lira levaria ligeira vantagem na região.
Por que essa eleição é tão importante?
O próximo presidente da Câmara dos Deputados será o responsável por colocar para votação as pautas para os próximos dois anos. Durante sua campanha, Arthur Lira (PP-AL) tem prometido aos aliados que vai seguir o conservadorismo e levar para votação pautas que atendam aos interesses do governo. Do outro lado, Baleia Rossi (DEM-SP) segue estratégia semelhante à adotada por Rodrigo Maia (DEM-RJ) durante o período que esteve a frente da Casa Legislativa, focada no diálogo.
Além de definir as pautas, o novo presidente também será responsável por decidir se dá prosseguimento ou não aos pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro protocolados pelos partidos de oposição. A estimativa é que já cheguem a 60, sendo que nenhum foi levado a frente por Rodrigo Maia.
Como será a votação?
O atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), explicou que a Mesa Diretora vai se reunir na próxima segunda-feira (18/01) para decidir as regras eleitorais. Embora defenda uma eleição presencial, o parlamentar admite que possa ser adotado um sistema hibrido para atender os deputados que fazem parte do grupo de risco da Covid-19.
Para ser eleito, o candidato deve ter no mínimo 257 votos caso todos os 513 deputados participem da eleição. O vencedor assume o mandato por dois anos.
O BAIXADA POLÍTICA vai acompanhar toda essa movimentação e também a eleição da Câmara Federal e do Senado, trazendo todas as informações. Para ficar por dentro do que ocorre na política da Baixada Fluminense, acompanhe nossas redes sociais e compartilhe nosso conteúdo para que cada vez mais pessoas possam ter acesso às informações. Contamos com seu apoio!