O Partido dos Trabalhadores (PT) foi fundado em 10 de fevereiro de 1980, quando foi lançado o manifesto de fundação no Colégio Sion em São Paulo. A publicação no Diário Oficial ocorreu em 21 de outubro daquele mesmo ano e a oficialização pelo Tribunal de Justiça Eleitoral saiu no dia 11 de fevereiro de 1982.
A ficha de filiação número um foi assinada por Apolonio de Carvalho, seguido pelo crítico de arte Mário Pedrosa, pelo crítico literário Antonio Candido e pelo historiador e jornalista Sérgio Buarque de Hollanda.
O partido foi fruto da aproximação entre os movimentos sindicais da região do ABC, que organizaram grandes greves entre 1978 e 1980, e militantes antigos da esquerda brasileira, entre eles ex-presos políticos e exilados que tiveram seus direitos devolvidos pela lei da anistia. Desde a fundação, o partido assumiu a defesa do socialismo democrático.
A criação da Central única dos Trabalhadores (CUT) na Conferência das Classes Trabalhadoras (CONCLAT), a sobrevivência de um sindicalismo controlado pelo Estado, somada à persistente influência de partidos de esquerda tradicionais como o Partido Comunista Brasileiro sobre o movimento sindical, fizeram com que os trabalhadores do ABC, estimulados por lideranças de esquerda anti-stalinistas, procurassem identidade própria na criação de seu próprio partido político – uma estratégia diferente à realizada pelo Solidarno??, na Polônia de então.
Nos anos 1980, um encontro em Roma entre Walesa e Lula mostrou que suas visões políticas eram bastante diferentes. Walesa defendia o pluralismo na política enquanto Lula defendia a união dos sindicatos em uma única entidade.
O PT surgiu, assim, rejeitando tanto as tradicionais lideranças do sindicalismo oficial, como também procurando colocar em prática uma nova forma de socialismo democrático, recusando modelos já então em decadência, como o soviético e o chinês.
Junto ao PSDB, seu adversário histórico, foi o maior partido que surgiu na luta pela redemocratização do Brasil, contra a ditadura militar.
O viés anti-ditatorial, o caráter de massas e a participação das esquerdas na liderança do processo, onde se destacava o PT, mobilizou multidões, e permitiu que o partido se consolidasse na liderança da esquerda no país.
A década de 1990 seria marcada por um crescimento do PT em todas as regiões – incluindo a eleição do primeiro senador do partido, Eduardo Suplicy, que exerceria o cargo durante 24 anos ininterruptos.
Porém, a consolidação mesmo veio com a eleição de Luís Inácio Lula da Silva para presidência em 2002. Na condição de grande partido que já era, arrecadou finanças consideráveis e moderou o discurso político, um processo que já vinha se desdobrando desde a campanha de 1994, mas que alcançaria, com a Carta aos Brasileiros, um novo patamar.
Lula reelegeu-se em 2006, terminando seu mandato como o presidente mais bem aprovado de todos os tempos e com o recorde mundial de 87% de aprovação. Ainda conseguiu fazer sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff em 2010, que se tornou a primeira mulher a ocupar a chefia do Estado Brasileiro.
Após as eleições presidenciais de 2014, Dilma foi reeleita com 51,64% dos votos válidos, ao derrotar em segundo turno o candidato Aécio Neves na eleição presidencial mais acirrada da história do país. No entanto, não chegou a terminar o segundo mandato, sofrendo um impeachment em 2016 devido a operações orçamentárias não previstas na legislação, as famosas pedaladas fiscais.
Independentemente dos rumos que o partido tomou, o PT segue sendo um partido de referências, com assentos nas bancadas das Câmaras Municipais e Federais, das Assembleias Estaduais e do Senado Federal.
Informações
- Nome: Partido dos Trabalhadores
- Sigla: PT
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