Mais de 1.500 pessoas lotaram o auditório da Igreja Batista Bairro das Graças, no Centro de Belford Roxo, na quarta-feira (24/09), para o II Seminário Família Acolhedora: o papel do Serviço Família Acolhedora na Garantia de Direitos. O evento foi promovido pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), por meio do Departamento de Proteção Social Especial de Alta Complexidade, com objetivo de dinamizar o serviço entre as famílias do município.
O secretário de Assistência Social e Cidadania, Diogo Bastos, participou ao lado da subsecretária Letícia Guimarães, da diretora de Proteção Especial de Alta Complexidade, Maria Célia Vasconcelos, e da coordenadora do Serviço Família Acolhedora, Pâmela Rodrigues. Ele lembrou que o serviço foi implantado em 2019, mas sem desenvolvimento adequado à época.
“Se a gente não integrar, não consegue entregar. O Serviço Família Acolhedora é uma porta, para o sujeito de direito, seja criança ou adolescente, ter o convívio familiar. Convidei a Secretária Municipal de Educação, Sheila Boechat e o Secretário Municipal de Saúde, Eduardo Feital, para abraçarem e fortalecerem o desenvolvimento do programa”, disse Diogo, que gerencia 25 unidades de assistência social e cidadania na cidade.

O que é a Família Acolhedora
O Família Acolhedora é um programa nacional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, incorporado ao ECA em 2009, executado por estados e municípios com a sociedade civil. Destina-se a crianças e adolescentes afastados da família por medida de proteção judicial. As famílias não adotam: acolhem sabendo do retorno à família de origem; em caso de impossibilidade, há encaminhamento para adoção.
O acolhimento é temporário (até 18 meses), com afeto e cuidados diários como higiene, alimentação, saúde, educação e lazer, além de acompanhamento de assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais. Em alguns programas, há apoio financeiro, com comprovação por notas fiscais.
Como participar
As famílias interessadas devem procurar o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora (SFA). Em Belford Roxo, o atendimento é na Secretaria Municipal de Assistência Social (Estrada Retiro da Imprensa, 1423, Bairro Piam), de segunda a sexta, em horário comercial. É necessário ter mais de 18 anos, não ter antecedentes criminais nem dependência de substâncias, e a concordância de toda a família. A equipe técnica acompanha continuamente.

A cuidadora de idosos Renata Alves Roza, 42, e o marido Marcos Paulo, 33, do Parque Amorim, já estão habilitados. “Não vejo a hora da chegada do novo membro da família. Mesmo temporário, será tratado como nosso filho ou filha. Estamos preparados para dar amor e afeto para quem não tem”, afirmou Renata.
De São Gonçalo, o casal Julio César Souza da Silva, 60, e Gracilene Pereira da Silva, 35, relatou ter feito 11 acolhimentos. “É muito gratificante. Não consigo me ver, sem acolher”, disse Gracilene. Eles mantêm contato com famílias de origem e acolhidos. “Nossa felicidade pelo que fazemos é tão grande que já incentivamos nossos vizinhos. Os que moram ao lado já estão no segundo acolhimento”, declarou Júlio. A coordenadora do serviço em São Gonçalo, July Pacheco, destacou: “Este trabalho é maravilhoso. Temos 24 famílias habilitadas e já acolhemos 32 crianças”.
Experiência e expansão
A secretária de Assistência Social de Tanguá, Hezimara Duarte, participou do seminário. “O Programa está aprovado pela Câmara Municipal. Em breve, estaremos habilitando muitas famílias acolhedoras em nossa cidade. Vim em busca de experiência”, disse. A presidente do Fórum Estadual do Serviço Família Acolhedora, Nathália Figueiredo, palestrou e interagiu com o público. A gestora pública Débora Linhares, da Coordenadoria de Alta Complexidade do Estado, informou que 28 municípios fluminenses já implementaram o serviço.
O secretário municipal de Saúde, Eduardo Feital, afirmou ter abraçado o serviço e colocou a equipe técnica à disposição. A secretária de Educação, Sheila Boechat, anunciou que, em breve, a Assistência Social estará inserida nas escolas da rede municipal.
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