A Estrada de Ferro Rio D’Ouro foi uma das principais responsáveis por transformar a Baixada Fluminense em território de passagem, abastecimento e crescimento urbano. Inaugurada no fim do século XIX, a ferrovia nasceu com uma missão vital: transportar os materiais necessários para as adutoras que captariam água na Serra do Tinguá, garantindo o abastecimento da então capital, o Rio de Janeiro.
Mas a estrada logo ultrapassou essa função técnica. Ao se estender por localidades como Pavuna, Belford Roxo, Tinguá, Xerém e Jaceruba, passou a movimentar também pessoas, produtos agrícolas e pequenas atividades comerciais que se espalhavam pela região. Em 1883, quando foi aberta ao público para transporte de passageiros, a ferrovia tornou-se um elo fundamental para os moradores da Baixada.

O traçado da Estrada do Rio D’Ouro ajudou a desenhar bairros inteiros: Vila de Cava, em Nova Iguaçu, cresceu a partir do ramal que seguia até Jaceruba; em Belford Roxo, a presença da estação deu origem ao núcleo urbano que mais tarde formaria o município. Até mesmo Xerém, em Duque de Caxias, viu seu desenvolvimento acelerar após a chegada dos trilhos, em 1911.
Da ferrovia às estradas da região
Com o declínio da ferrovia a partir dos anos 1960, o leito da Estrada de Ferro Rio D’Ouro foi sendo ocupado por rodovias estaduais que até hoje ligam cidades da Baixada. A mais conhecida é a RJ-085, popularmente chamada de Estrada Rio D’Ouro, que conecta Belford Roxo a Xerém, em Duque de Caxias, com cerca de 35 km de extensão. Apesar de sua importância, ainda enfrenta trechos sem pavimentação, reflexo da falta de investimento em uma via que herdou a história, mas não o cuidado.

Outro legado é a RJ-113, estrada vicinal que substituiu parte do ramal de Jaceruba. Ligando Vila de Cava a essa localidade rural de Nova Iguaçu, ela continua sendo a principal ligação de quem vive próximo à Reserva Biológica do Tinguá.Além das estradas, o traçado original também foi incorporado pela modernidade: a Linha 2 do Metrô do Rio reaproveitou parte do antigo percurso, e o trecho entre Pavuna e Belford Roxo ainda é utilizado pela SuperVia, mantendo viva a herança ferroviária.
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