História, personagens e curiosidades de Itaguaí

Foto: Breno Natal

O município de Itaguaí está territorialmente localizado na Baixada Fluminense. Antes da colonização, a região era habitada por povos indígenas, em especial tupinambás e tupiniquins. No século XVII, missionários jesuítas iniciaram um aldeamento indígena na área, com apoio de autoridades coloniais como o então governador Martim de Sá. Há controvérsia sobre a origem exata desse povoado: algumas fontes atribuem a iniciativa aos próprios padres, enquanto o historiador Monsenhor Pizarro creditou a fundação ao governador Martim de Sá, dentro de um plano estratégico de ocupação colonial mais amplo. De todo modo, em 1688 os jesuítas ergueram a primeira capela para catequização dos índios, marcando o início formal da povoação de Itaguaí.

O topônimo “Itaguaí” tem interpretações divergentes. Uma publicação municipal de 1979 sugeriu que a palavra indígena significaria “fogo entre pedras”. Entretanto, pesquisadores apontam uma etimologia mais consistente a partir do tupi: tagoa (amarelo) + ‘y (água), referindo-se ao rio de cor amarelada que corta a região. Documentos coloniais da época grafavam o nome como “Tagoahy”, reforçando a ideia de água amarela – possivelmente aludindo ao tom argiloso das águas locais. Outra versão menciona itá (pedra) + kûá (enseada) + ‘y (rio), ou seja “rio da enseada de pedra”, mas a hipótese da água amarelada é hoje a mais aceita. De fato, registros jesuíticos chamavam a aldeia de Taguá-y, devido aos poços de água potável cavados em solo argiloso pelos índios.

Com a aldeia estabelecida, os jesuítas construíram uma igreja dedicada a São Francisco Xavier. Inicialmente, a capela de 1688 ficava próximo ao rio Itaguaí, mas posteriormente a missão foi transferida para terras da vizinha Fazenda de Santa Cruz, mais próximas do mar. Ali, em 1718, iniciou-se a construção de um novo templo, concluído em 1729, que se tornou a Igreja Matriz de São Francisco Xavier, existente até hoje. Essa matriz, primeiro prédio permanente do povoado, foi fundamental na consolidação da comunidade local. Ao redor dela se formou a praça central e o núcleo da futura vila. Em 1795, Itaguaí foi elevado à condição de freguesia (paróquia), já sob o orago de São Francisco Xavier.

Foto: Arquivo Prefeitura de Itaguaí

Crescimento agrícola e o Engenho do Facão

No final do período colonial, Itaguaí prosperou graças à agricultura. A região integrava o enorme latifúndio da Fazenda Real de Santa Cruz, então administrada pelos jesuítas, cujas terras férteis se prestavam ao cultivo de mandioca e, principalmente, de cana-de-açúcar. Por volta de 1790, foi instalado em Itaguaí um grande engenho açúcar, conhecido como Engenho do Facão (formalmente chamado Engenho de Nossa Senhora da Conceição de Taguahy). Construído com madeira, pedra e cal, e movido à água, o Engenho do Facão era tecnologicamente avançado para a época, dispondo de dois ternos de moendas hidráulicas. Contemporâneos o descreviam como “a peça mais bela e rica do Brasil no gênero”. Em setembro de 1794, o engenho moeu cana pela primeira vez, iniciando uma produção açucareira significativa.

A presença do Engenho do Facão impulsionou a economia local. Além da fertilidade do solo, Itaguaí contava com abundantes matas – fornecedoras de lenha para as caldeiras – e, principalmente, com um porto natural nas margens da Baía de Sepetiba. Esse porto facilitava o escoamento do açúcar e derivados da cana para a capital, complementando o abastecimento do Rio de Janeiro e a exportação. A estrutura do engenho chegou a utilizar cerca de 200 escravizados da Fazenda de Santa Cruz para atender à demanda produtiva.

Foto: Arquivo Prefeitura de Itaguaí

No início do século XIX, Itaguaí começou também a plantar café, cultura então emergente no Brasil. As primeiras lavouras cafeeiras locais eram raras, mas integraram Itaguaí à expansão do café fluminense que marcaria as décadas seguintes. A conjugação de açúcar e café, somada à produção de farinha de mandioca e aguardente, deu à vila uma economia agroexportadora diversificada. Em 5 de julho de 1818, Itaguaí foi oficialmente elevado à categoria de Vila, com o nome de São Francisco Xavier de Itaguaí, emancipando-se administrativamente dos municípios do Rio de Janeiro e de Angra dos Reis. Curiosamente, pouco depois, em novembro de 1818, essa nova vila foi extinta (rebaixada novamente a distrito), mas a situação durou pouco. Já em novembro de 1819, uma provisão real restaurou a Vila de Itaguaí, que foi reinstalada em fevereiro de 1820. Desde então, a vila manteve-se estável como núcleo municipal.

Itaguaí localizava-se estrategicamente no chamado Caminho do Ouro (ou Estrada Real), rota terrestre que ligava o Rio de Janeiro a São Paulo e Minas Gerais. Por volta de 1725, abrindo alternativa à arriscada viagem marítima via Paraty (sujeita a piratas na Ilha Grande), construiu-se a Estrada da Calçada, passando por Itaguaí e facilitando o trânsito de pessoas e tropas durante todo o ano. Graças a esse caminho relativamente plano e menos alagadiço, a vila se tornou pouso obrigatório dos viajantes entre Rio e São Paulo. 

Essa condição geográfica renderia um episódio histórico notável: em agosto de 1822, o então príncipe-regente Dom Pedro I pernoitou em Itaguaí durante sua viagem rumo a São Paulo, viagem na qual ele proclamaria a Independência do Brasil dias depois. Conta-se que Dom Pedro descansou com sua comitiva onde hoje é a Praça Dom Luís Guanella, próxima à Igreja Matriz. No retorno a caminho do Rio, já como Imperador aclamado, ele passou novamente pela vila. Em memória desse feito, o trecho serrano da estrada passou a ser chamado de Estrada da Independência, e há relatos de uma inscrição comemorativa deixada em bronze numa pedra do caminho (a Pedra de Santo Antônio) em homenagem à passagem do Imperador.

Foto: Cesar Ribeiro

Porto Imperial e personagens históricos

Durante o período regencial e meados do século XIX, Itaguaí viveu um apogeu econômico e populacional. Em 1840, a vila contava com mais de 17 mil habitantes, número bastante elevado para a época, superior, por exemplo, à população de capitais provinciais como Maceió (c. 9.800 hab em 1842) e até da cidade portuária de Santos (c. 9.871 hab em 1872). Esse dinamismo demográfico refletia a prosperidade local baseada no café e no açúcar, mas também foi impulsionado por um projeto de infraestrutura ambicioso: a construção de um porto modernizado.

Em 22 de março de 1841, entrava em operação o Porto Real de Itaguaí, também chamado de Porto Imperial da Vila de Itagoahy. Concebido pelo engenheiro militar Frederico Guilherme von Hoonholtz (pai do futuro Barão de Tefé) em parceria com o negociante Antônio Vicente Danenberg, esse porto em Itaguaí visava ampliar a navegação e o comércio regional. Já em 1830 eles haviam esboçado o projeto, que foi um dos primeiros portos de mar planejados na província do Rio de Janeiro. O porto facilitou a exportação do café produzido nas fazendas do entorno, por exemplo, registrou-se em 1836 uma exportação anual de café considerável, competindo com outras rotas fluminenses. Com o porto, comerciantes de várias nacionalidades atuaram em Itaguaí, tornando-o um entreposto movimentado durante o Império.

Nessa época emergiram personagens importantes ligados à política e economia local. Um destaque foi o comendador Francisco José Cardoso, grande proprietário rural e líder político em Itaguaí. Membro de uma influente família de fazendeiros, Cardoso consolidou poder durante o Segundo Reinado, chegando a monopolizar cargos locais e participar das disputas entre saquaremas e luzias (Conservadores e Liberais). Seu legado foi estudado por historiadores como Gustavo Barroso, que detalhou a trajetória dos Cardoso de Itaguaí na economia imperial e suas alianças políticas. Outro filho da terra, nascido em 1826, foi Francisco José Cardoso Júnior, que seguiu carreira militar. Cardoso Júnior alcançou o posto de marechal e dirigiu por anos a Biblioteca do Exército, falecendo em 1917. Esses exemplos ilustram como famílias locais participaram da vida nacional durante o Império.

Itaguaí também deu ao Brasil figuras ilustres na ciência e cultura. Em 1843, nascia na vila Cláudio Velho da Motta Maia, que se tornaria médico da corte de Dom Pedro II e nobre do Império. Formado com brilho no curso de medicina, Motta Maia foi agraciado com bolsas de estudo na Europa e, por seus serviços, recebeu do imperador os títulos de visconde (1887) e conde (1888). Como médico pessoal de D. Pedro II, acompanhou-o inclusive em viagens internacionais. Há uma célebre foto de 1888 que mostra Dom Pedro II à mesa ao lado de seu “incansável vigilante”, o Dr. Motta Maia. Motta Maia é patrono da cadeira 23 da Academia Nacional de Medicina e foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sinal de seu prestígio intelectual além da medicina. Após a Proclamação da República, ele se retirou para Petrópolis e faleceu em 1897, sendo lembrado como um benemérito itaguaiense na ciência e educação.

Foto: Reprodução Prefeitura de Itaguaí

Outra figura de renome nascida em Itaguaí foi Antônio Luís von Hoonholtz, o Barão de Tefé. Nascido em 1837 em Itaguaí, Hoonholtz ingressou jovem na Marinha Imperial, aos 17 anos já era guarda-marinha. Destacou-se como herói naval na Guerra do Paraguai e recebeu em 1873 o título de barão, por indicação do próprio Dom Pedro II. Tornou-se almirante, explorador e também diplomata, serviu como embaixador do Brasil em cortes europeias já no período republicano. Polímata, o Barão de Teffé foi membro da Real Sociedade Geográfica de Londres e, curiosamente, pai de Nair de Tefé, que seria primeira-dama do Brasil como esposa do Presidente Hermes da Fonseca. Após longa vida (faleceu em 1931, aos 93 anos), ele é celebrado como um dos filhos ilustres de Itaguaí pelo seu papel militar e cultural.

Itaguaí contribuiu ainda para o surgimento de um dos grandes nomes da imprensa e da política brasileira: Quintino Bocaiuva. Quintino Antônio Ferreira de Souza nasceu em Itaguaí em 4 de dezembro de 1836. Tornou-se jornalista de destaque no Rio de Janeiro Imperial e um ativo propagandista do ideal republicano. Foi ele o redator do Manifesto Republicano de 1870 e fundador de jornais influentes como A República e O Paiz. Após a queda do Império em 1889, Bocaiuva serviu como o primeiro Ministro das Relações Exteriores da República (1889-1891) e, anos depois, governou o estado do Rio de Janeiro (1900-1903). Pela importância na Proclamação da República, seu nome batiza ruas e bairros (como o bairro Quintino, na capital fluminense) e permanece como um dos mais notáveis itaguaienses da história.

Esse período áureo, contudo, não durou sem percalços. A vila enfrentou sérios problemas de saúde pública, como epidemias de malária (febre palustre) desde os primórdios da colonização. A presença de extensos brejos e manguezais na planície costeira favorecia a proliferação do mosquito, tornando a região infame pela febre. O surto de febre amarela na segunda metade do século XIX também atingiu Itaguaí, afastando migrantes e desvalorizando terras (tanto que, quando imigrantes japoneses sondaram a área em 1939, ainda encontraram a fama de “área de risco de febre amarela” na Baixada). Além disso, por volta de 1850, o esvaziamento do porto local começou a ocorrer. Vários fatores contribuíram: o assoreamento natural, a falta de investimentos contínuos e a concorrência de outras vias de escoamento (como a Estrada de Ferro Dom Pedro II, construída a partir de 1858 ligando o Rio às áreas cafeeiras do Vale do Paraíba, desviando o fluxo que antes passava por Itaguaí).

Com a economia cafeeira fluminense em crise após 1870 e a abolição da escravatura em 1888, Itaguaí perdeu mão de obra e viu muitas fazendas serem abandonadas ou vendidas. A população diminuiu e a vila, outrora pujante, entrou em relativa estagnação. Observadores da época notaram que Itaguaí “chegou a perder quase tudo, inclusive grande parte de sua memória”, atingida por essa conjunção de porto decadente, epidemias e êxodo populacional. Ainda assim, a localidade resistiu: “apesar de todas as dificuldades, conservou-se como município” ao longo do conturbado final do século XIX e início do XX.

Em 1892, pouco após a instauração da República, Itaguaí foi elevada à condição de cidade (Decreto estadual n. 1-A, de 03/06/1892). Nessa ocasião, o município possuía vasta área, incluindo distritos que depois se tornariam municípios autônomos, casos de Paracambi (desmembrado em 1960) e Seropédica (criado em 1995). No início do século XX, Itaguaí era uma cidade pequena e rural, porém com um legado histórico importante e uma localização estratégica que voltaria a favorecê-la mais adiante.

Transformações no Século XX e imigração japonesa

A partir das primeiras décadas do século XX, Itaguaí iniciou uma lenta recuperação econômica e demográfica. Em 1910, a cidade foi conectada pela Estrada de Ferro Central do Brasil, com a inauguração da estação ferroviária de Itaguaí em 14 de novembro daquele ano. O ramal ferroviário permitiu transporte de cargas e passageiros até Mangaratiba, passando por Itaguaí, e integrou o município às vias de circulação do estado. Embora esse ramal tenha sido desativado para passageiros em 1980 (com o encurtamento da linha até Santa Cruz), a antiga estação foi restaurada em 2005 para abrigar a Casa de Cultura local. Essa transformação do patrimônio ferroviário em espaço cultural é emblemática da valorização da história municipal.

Foto: Reprodução

Durante o governo Vargas (década de 1930), Itaguaí recebeu investimentos como estradas e luz elétrica. Em 1931, chegou a energia elétrica ao município, proveniente do sistema hidrelétrico de Ribeirão das Lajes, o que impulsionou a modernização urbana. O então interventor do estado, Ary Parreiras, elogiou publicamente o potencial de Itaguaí e abriu estradas ligando a cidade à capital federal, preparando terreno para um novo ciclo de crescimento.

Um marco desse novo ciclo foi a imigração japonesa. Em 1939, chegaram as primeiras famílias de imigrantes japoneses a Itaguaí, atraídas pela disponibilidade de terras férteis próximas à Colônia Agrícola de Santa Cruz. Nomes como Saichi Kawaguchi, Akio Wada e Moeto Okasaki figuram entre os pioneiros estabelecidos no final daquele ano. No ano seguinte, um grupo maior de colonos, liderado por Guenji Matsunaga, decidiu adquirir terras no Vale do Mazomba, interior de Itaguaí, encantados com a planície rica em água e solo fértil para plantio. Apesar da preocupação inicial com a febre amarela, perseveraram e, em 24 de junho de 1940, várias famílias japonesas fixaram residência agrícola em Itaguaí. Daí em diante, a comunidade nipônica cresceu, contribuindo para a agricultura local (introduzindo cultivos como tomate, hortaliças e técnicas de irrigação) e para a diversidade cultural. Em 1952, fundaram o Itaguaí Bunka Club, centro cultural nipônico que existe até hoje. Atualmente Itaguaí detém a maior colônia japonesa do estado do Rio de Janeiro, e tradições como festivais e competições esportivas da colônia marcaram a história municipal nas décadas seguintes.

Foto: Museu da Imigração Japonesa

Nas décadas de 1940 e 50, a cidade estruturou equipamentos urbanos que se tornariam simbólicos. Em 1943, foi inaugurado o Coreto Municipal, um charmoso pavilhão de bandas na praça central, ao lado da Igreja Matriz. O coreto servia de palco para discursos políticos, eventos religiosos e apresentações de bandinhas carnavalescas. Em 1950, compôs-se o Hino de Itaguaí, cuja letra exalta a cidade como “berço de nomes históricos, terra de homens heróicos”. Curiosamente, o hino municipal nasceu de uma marchinha de carnaval escrita pelo compositor local Mário Figueiredo Cicarino, que depois deu nome à principal praça da cidade, a Praça Vicente Cicarino (antiga Praça 5 de Julho). Em 1953, o padre César Dubeux fundou o Patronato São José, instituição educacional e assistencial que por décadas formou jovens itaguaienses. Esses marcos reforçaram a identidade comunitária num período em que Itaguaí ainda era um pacato município semi-rural.

A partir dos anos 1970, com a industrialização chegando à Baixada Fluminense, Itaguaí voltou a ganhar relevância estratégica. Em 1975, instalou-se a Nuclebrás Equipamentos Pesados (NUCLEP), fábrica de grandes estruturas metálicas para o programa nuclear brasileiro, o que gerou empregos para moradores de Itaguaí. Mas a virada econômica maior adveio da recuperação do Porto. Em 7 de maio de 1982, o antigo Porto de Sepetiba foi reinaugurado com o nome de Porto de Itaguaí, abrindo o Terminal de Carvão e Alumina. Localizado na costa da Baía de Sepetiba, esse porto modernizado se tornou um dos principais do país para cargas de minério e produtos metalúrgicos. Sua construção e operação atraíram empresas e trabalhadores, inserindo Itaguaí no mapa industrial.

Décadas depois, Em 2010, a Marinha do Brasil implantou, em parceria com a França, o complexo do Estaleiro e Base Naval de Itaguaí, parte do programa PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), para a construção de submarinos convencionais e nucleares. Em 2015, foi aberto também o Porto Sudeste, um terminal privado de exportação de minério de ferro, instalado na Ilha da Madeira (distrito de Itaguaí). Hoje, o complexo portuário local, incluindo terminais públicos e privados, é fundamental no escoamento da produção mineral de Minas Gerais, fato que transformou o perfil socioeconômico da cidade.

Além do setor portuário e metalúrgico, o município investiu em infraestrutura viária. Em 2014, foi concluído o Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, uma rodovia que passa por Itaguaí conectando as principais vias expressas do estado. O Arco facilitou o acesso ao porto e integrou logisticamente Itaguaí à Região Metropolitana do Rio. Com isso, a cidade tem atraído centros de distribuição e empresas de logística, diversificando a economia para além do agronegócio e do funcionalismo público.

Foto: João dos Santos/ Aerofoto / Blog do Planalto

Atualmente, Itaguaí apresenta um perfil peculiar: conserva aspectos interioranos e patrimônio histórico, ao mesmo tempo em que abriga empreendimentos de grande porte e áreas de proteção ambiental. Sua população, que era de cerca de 50 mil habitantes em 1970, ultrapassou 100 mil habitantes nas últimas décadas. Esse crescimento populacional acentuou desafios urbanos, mas também revitalizou a cidade. O centro de Itaguaí ganhou novos equipamentos, como o Teatro Municipal, inaugurado em 19 de setembro de 1998, e a já citada Casa de Cultura (2006). A cidade realiza desde 1989 a Expo Itaguaí, feira agropecuária, industrial e comercial que se tornou tradicional, incluindo rodeios, shows e atividades de lazer. 

Em 2018, Itaguaí celebrou 200 anos de fundação (contados desde 5 de julho de 1818). Como parte das comemorações do bicentenário, descobertas arqueológicas lançaram nova luz sobre o passado local. Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do RJ (IPHARJ) identificaram ruínas do antigo Forte de Itaguaí (também chamado Forte do Raio ou Forte de Coroa Grande). Essa fortificação de taipa datava de 1818-1822, construída para defender a costa e o caminho terrestre na época da Independência. Considerada desaparecida desde 1885, restos de suas muralhas foram reencontrados em 2018, junto a vestígios de conchas e cerâmica indígena, indicando inclusive ocupações pré-coloniais no mesmo sítio. A descoberta confirmou registros históricos e se soma aos sambaquis e sítios tupiguaranis já mapeados na região.

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