Maior vencedora da era do sambódromo, a G.R.E.S. Beija-Flor de Nilópolis segue na cola de Mangueira e Portela (20 e 22 títulos, respectivamente) para se tornar a maior campeã do carnaval do Rio. E para conquistar seu 15º título, a agremiação da Baixada Fluminense aposta em uma verdadeira aula de história da Marquês de Sapucaí. Com o enredo “Brava Gente! O grito dos excluídos no Bicentenário da Independência”, assinado pelos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues, a escola pretende mostrar uma parte esquecida pelos livros de história.
“Propomos, então, um novo marco para a Independência Nacional: O dia em que o povo venceu, o 2 de Julho. O triunfo popular de 1823 é muito mais sobre nós e sobre nossas disputas. O Dia da Independência que queremos é comemorado ao som dos batuques de caboclo, cantando que até o sol é brasileiro. Precisamos festejar os marcos populares em festas que tenham cheiro, cor e sabor de brasilidade, reconhecendo o protagonismo feminino e afro-ameríndio. Somos aqueles e aquelas que, excluídos dos espaços de poder, ousam ter esperança no amanhã. O Brasil precisa reconhecer os muitos Brasis e suas verdadeiras batalhas”.
A escola é a penúltima a desfilar neste segundo dia. Sua entrada está prevista para as 3h.
Ficha Técnica
- Fundação: 1948
- Presidente: Almir Reis
- Presidente de Honra: Anísio Abraão David
- Enredo: “Brava Gente! O grito dos excluídos no Bicentenário da Independência”
- Carnavalescos: Alexandre Louzada e André Rodrigues
- Diretor de Carnaval: Dudu Azevedo
- Intérprete: Neguinho da Beija-Flor
- Mestre de Bateria: Rodney e Plínio
- Rainha de Bateria: Lorena Raissa
- ?Direção Geral de Harmonia: Simone Santana e Válber Frutuoso
- Coreógrafos da Comissão de Frente:
- Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Claudinho e Selminha Sorriso
- Presidente Velha-Guarda: Débora Rosa
- Comissão de Frente: Jorge Teixeira e Saulo Finelon
Samba enredo
Autores: Léo do Piso, Beto Nega, Manolo, Diego Oliveira, Julio Assis e Diogo Rosa
A revolução começa agora
Onde o povo fez história
E a escola não contou
Marco dos heróis e heroínas
Das batalhas genuínas
Do desquite do invasor
Naquele dois de julho, o sol do triunfar
E os filhos desse chão a guerrear
O sangue do orgulho retinto e servil
Avermelhava as terras do Brasil
Eh! Vim cobrar igualdade, quero liberdade de expressão
É a rua pela vida, é a vida do irmão
Baixada em ato de rebelião
Desfila o chumbo da autocracia
A demagogia em setembro a marchar
Aos “renegados” barriga vazia
Progresso agracia quem tem pra bancar
Ordem é o mito do descaso
Que desconheço desde os tempos de Cabral
A lida, um canto, o direito
Por aqui o preconceito tem conceito estrutural
Pela mátria soberana, eis o povo no poder
São Marias e Joanas, os brasis
que eu quero ter
Deixa Nilópolis cantar!
Pela nossa independência, por cultura popular
Ô abram alas ao cordão dos excluídos
Que vão à luta e matam seus dragões
Além dos carnavais, o samba é que me faz
Subversivo Beija-flor das multidões
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