Diversas pesquisas já apontaram que o intestino tem uma ligação estreita com a saúde emocional e física de cada indivíduo. Em grande parte dos casos em que o órgão não está saudável, todo o restante do corpo pode sofrer consequências. Entre as doenças como ansiedade e fadiga, por exemplo, de 60% a 80% dos casos os sintomas começam a aparecer a partir do momento que afetam direta ou indiretamente o intestino. Segundo a gastro Grasiela Bessa, até a candidíase, doença em geral atribuída aos cuidados com ginecologista, pode ter origem no trato intestinal.
”O simples fato de se alimentar bem pode resolver esses problemas. Comer de forma saudável não é só reduzir o consumo de açúcar e aumentar a ingestão de fibras, por exemplo. Para além de escolhas alimentares que evitem produtos processados e ultraprocessados, o equilíbrio nas refeições e opções adequadas, de acordo com cada objetivo e resultados esperados, são fundamentais”, destaca Grasiela, que corrobora com diversos pesquisadores a afirmação categórica de que o intestino é o nosso segundo cérebro.

E, sim, há uma explicação para isso. O funcionamento regular do corpo é condicionado à produção e absorção constante de nutrientes: minerais, carboidratos, gorduras, vitaminas e proteínas. A absorção desse conjunto de nutrientes é produto de um processo, que se inicia na ingestão e termina no processamento dos alimentos. É nos intestinos que acontece a etapa decisiva da absorção da maior parte desses nutrientes e da água. Com uma espécie de sistema nervoso que coordena as tarefas relacionadas à liberação das substâncias digestivas, esses ”neurônios”, além da autonomia em relação ao cérebro, produzem 90% da serotonina (hormônio responsável pelo bem-estar), produzida pelo corpo.
Para a gastro, moradora de Nova Iguaçu e atuante na Baixada Fluminense, com a implementação de mudanças muito práticas e simples, é possível potencializar nossa saúde através do intestino. Alimentos como: aipim ou batata doce no café da manhã substituindo o pãozinho; aveia de flocos grossa adicionada ao arroz para ajudar a diminuir seu índice glicêmico do prato na hora do almoço; assim como salada leve e carne branca no jantar, oferecem energia à mucosa da região, trabalham na sensação de saciedade e ajudam na permeabilidade intestinal – que afeta a absorção de nutrientes no organismo, uma vez que a parede do órgão comprometida pode ter dificuldade em absorver adequadamente vitaminas, minerais e outros nutrientes essenciais.
”Outro grande aliado da alimentação saudável e que pouca gente sabe é o chá de camomila. Eu chamo a camomila carinhosamente de ‘mãe do intestino’, já que ela alivia sintomas gastrointestinais, como dor na barriga, indigestão e sintomas da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Fazer o consumo do chá logo após o jantar melhora consideravelmente a qualidade da nossa digestão’‘, atenta a gastro.
A obesidade, uma questão de saúde que ainda merece um pouco mais de atenção, segue apresentando prognósticos pouco animadores para os próximos anos. Dados apresentados no Congresso Internacional sobre Obesidade 2024 revelam que 75% dos adultos brasileiros foram classificados obesos ou com sobrepeso neste mesmo ano, sendo 83 milhões com obesidade e 47 milhões com sobrepeso. De acordo com o Atlas da Obesidade 2024, da Federação Mundial de Obesidade (WOF), até 2035, o Brasil terá 127 milhões de adultos com sobrepeso e obesidade. Além disso, o sobrepeso ainda pode desencadear outras doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e alguns tipos de câncer, entre outras, que aumentam com a própria obesidade – como problemas cardiovasculares, que são a maior causa de adoecimento e morte em todas as populações do mundo.
Grasiela também faz um alerta importante para as pessoas que precisam de tratamento adequado e auxílio profissional para obter sucesso na perda de peso e com a reeducação alimentar, mas optam pelo uso de medicamentos de forma inapropriada, que ganham repercussão nas redes sociais.
”É o que acontece com o Ozempic, por exemplo, que é originalmente um remédio para o tratamento da diabetes – por conta da semaglutida, uma das principais substâncias responsáveis pela redução do açúcar no sangue – e passou a ser a primeira opção de muitas pessoas por estar ao alcance do balcão da farmácia. O nosso próprio intestino, ao oferecermos determinados tipos de alimentos, é capaz de produzir as mesmas substâncias que esse medicamento. A banana verde, neste caso, é um excelente substituto para a alternativa farmacológica. Rica em fibras e inulina – substância que produz aminoácidos importantes para a digestão e aumenta a produção de posbióticos, é uma excelente aliada de uma dieta saudável e bem sucedida”, conclui a gastro.
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