Ela nasceu e mora até hoje em Nova Iguaçu, no bairro da Posse. Com seus poucos 28 anos, Paula Santos já acumula diversas conquistas, tanto pessoais quanto profissionais, todas por meio da dança. No momento, a bailarina faz dupla com o Mc Daniel na Dança dos Famosos, competição que passa na TV aos domingos pela Rede Globo. Juntos, eles integram o grupo dos favoritos do público para ganhar o prêmio. Iguaçuana raiz, sempre faz questão de dizer de onde veio.

Sua trajetória na dança começou com apenas dois anos de idade para realizar o sonho de sua avó, mas com tanto talento e molejo, foi impossível não encontrar nos passos de ballet e nas companhias de dança, o amor pela profissão. Estudando nas academias próximas a sua casa, se especializou em jazz e se tornou uma coreógrafa de respeito.
Carreira
Paula Santos já se apresentou em circo e em espetáculos fora do Brasil. Foi bailarina do Faustão por cinco anos e até morou na Coreia do Sul para participar de um projeto cujo objetivo era levar o samba brasileiro para o país asiático. Morando em São Paulo, ela foi rainha de bateria da escola de samba Morro da Casa Verde.
“Na Coréia do Sul, trabalhava num parque temático e lá eu era a rainha de bateria. Era um time que carregava essa responsabilidade de levar o samba brasileiro pra lá. Foi uma experiência gigantesca pra minha carreira”, relembra.
Para além da dança, Paula também é uma atriz e modelo formada. Já fez diversos trabalhos em emissoras como a Record e SBT. Na Rede Globo, participou do seriado “Mister Brau”e hoje, além do “Dança dos Famosos”, leva seu samba para os palcos de todo o Brasil com o “Belo In Concert” (estilo de show mais elitizado do cantor de pagode).

Dança dos famosos e cumplicidade com Mc Daniel
Já é a terceira vez que a coreógrafa participa do quadro de dança, que consiste em ensinar um famoso, em tempo curto, uma coreografia toda semana e em ritmos diferentes. A primeira foi com o ator André Gonçalves, em 2020; a segunda com o também ator Nelson Freitas, em 2021. Este ano ela dança ao lado do cantor de funk, Mc Daniel. Com seu novo par, Paula diz estar feliz e confiante.
“Eu acredito muito que Deus uniu o Dani a mim. Foi uma junção ideal. To muito feliz com ele enquanto profissional. Feliz de tá podendo ensinar muito do que eu sei, também aprender com ele diariamente. Estamos conseguindo fazer um bom trabalho”, relatou a bailarina.

O vencedor da competição ganhará um carro 0 km. Paula evita criar expectativas, mas reconhece que o prêmio seria muito importante para melhorar sua qualidade de vida.
“É um bom carro pra eu me locomover dentro de toda rotina, principalmente por ser de Nova Iguaçu.Ter essa acessibilidade seria incrível. A gente enquanto artista é um pouco instável, uma vida muito incerta em relação ao financeiro, dentro da minha realidade através da minha arte, eu vejo como algo muito positivo. É um grande prêmio”, explica.
Independência através da Dança
Com muito trabalho, Paula conseguiu realizar o sonho da casa própria. O lugar escolhido foi justamente onde ela nasceu e cresceu, na Posse, ao lado de seus pais. O bairro tem um significado especial para a bailarina.

“Eu tenho uma casa própria aqui em Nova Iguaçu, que na época, eu paguei com os meus 18 e 20 anos. É o lugar que tenho pra onde voltar. Estar em Nova Iguaçu é o momento que estou com a minha família, que é algo inadiável. Eu faço muita questão de estar com os meus”, afirma a Iguaçuana.
Família, suas referências
Perguntada sobre suas referências, de imediato, a resposta é família. Ela cresceu vendo seu pai, o ex-lutador de judô, Paulo Roberto, se dedicando à luta e ao samba. Seu irmão, Paulo Leonardo, seguiu os passos do pai na luta e hoje mora na França. Sua mãe, Dona Claudia Gomes, exerce o papel de força e sabedoria no conjunto familiar.

“Minha mãe é uma mulher muito forte. Meu pai já foi dançarino e também lutador. Foi mestre sala da Mangueira e já compôs samba enredo. A minha família sempre foi vinculada à arte. Minha mãe é mais reservada, mas ela me inspira pelo jeito que ela sabe lidar com a vida. Meu irmão também é uma referência pra mim, ele trabalha com luta na França. A minha própria história acaba sendo referência diária”.
Centro Artístico Paula Santos
Em Nova Iguaçu, junto com seu irmão, fundou a academia Centro Artístico Paula Santos. Hoje o espaço está desativado por falta de tempo e parcerias.
“Nosso intuito era levar a arte para as crianças do nosso bairro. Levamos alunos para competições de dança, de luta, para tentar tirar as crianças da rua, tirar as crianças da violência. O sonho era se tornar uma ong, mas nunca tivemos o apoio dentro da nossa realidade, nem patrocinadores, então acabou ficando mesmo como uma espaço particular. Eu crio lá para o dança dos famosos, mas não tenho tempo hábil para fazer acontecer, ou para estar presente. Como meu irmão não está no Brasil, não posso deixar na mão de qualquer pessoa”, explica.

O bom filho a casa sempre torna
Depois de ter morado em outro continente, levado sua dança para diversos lugares do Brasil e do mundo, suas raízes e vontade permanecem as mesmas.
“Mesmo eu tendo entrado nesses lugares, volto pra Nova Iguaçu, porque me faz bem. E torço para que Nova Iguaçu continue evoluindo. Torço para que se torne mais acessível para todas as áreas. Por exemplo, se eu tivesse que estudar num lugar muito bom teria que ir pro Rio e essa logística seria impossível pra mim. Até porque eu era muito nova, precisaria dos meus pai”, afirma Paula.
Paula diz que ainda tem sonhos que não realizou, como trabalhar fazendo shows em navios, mas que precisa de tempo para se dedicar ao projeto. Quem quiser apoiar e acompanhar o trabalho da coreógrafa, pode acessar seu perfil do instagram: @paulasantosi
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