Deputada Daniela do Waguinho sofre críticas do MDB após anunciar apoio a Arthur Lira

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Como o BAIXADA POLÍTICA já havia analisado, alguns deputados federais não vão seguir as orientações de seus partidos na votação para presidente da Câmara dos Deputados, que está prevista para ser realizada em fevereiro. Na semana passada, durante um encontro no Rio de Janeiro, alguns parlamentares aproveitaram para anunciar o apoio a Arthur Lira (PP-AL). Foi o caso da deputada Daniela do Waguinho (MDB-RJ). Porém, o aceno ao rival de Baleia Rossi (MDB-SP), presidente nacional do MDB, não foi bem recebido pelos correligionários e sofreu nota de repúdio.

Na nota, o MDB Mulher diz que a deputada desrespeita todas as mulheres emedebistas ao declarar seu apoio e que essa posição não conta com o respaldo da história do partido.

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Apoio entre as deputadas

Um grupo composto por 30 deputadas federais de diferentes partidos saiu em defesa da parlamentar e emitiu uma nota de desagravo repudiando a atitude do MDB (veja abaixo). No texto, elas destacaram que “a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara é uma escolha individual de cada parlamentar, que deve prestar contas com seus eleitores, não com os dirigentes que pretendem tutelar suas vontades”.

A deputada Daniela do Waguinho (MDB-RJ) agradeceu o apoio e disse que não vai abrir mão dos princípios e valores que acredita.

– Agradeço o apoio de cada uma das deputadas, da sororidade nessa questão tão delicada do assédio a liberdade de expressão e política que tenho sofrido nestes dias. Sempre fui autêntica em meu posicionamento, independente e transparente nas votações desde que assumi meu mandato, há 2 anos. Tenho princípios e valores e não abrirei mão deles – disse nas redes sociais.

NOTA DE DESAGRAVO

Temos visto agressões absurdas quando se trata da participação da mulher na política. Por isso, repudiamos a nota publicada pelo MDB Mulher Nacional contra a manifestação de apoio de Daniela do Waguinho à candidatura de Arthur Lira à presidência da Câmara.

Ao invés de promover a voz de suas parlamentares, num gesto de profunda violência política partidária, o MDB lhe dirige palavras que não ousou dirigir aos homens que fizeram igual opção. O mesmo ocorreu com diversas deputadas do PSL e com a deputada Liziane Bayer, do PSB, que estão sob ameaça de expulsão.

Mas, apesar do assédio político, as parlamentares devem se manter livres para manifestar suas preferências, mesmo quando em desacordo com a direção do partido, pois a disciplina partidária não confere aos seus dirigentes poder absoluto para controlarem as ações parlamentares dos eleitos pela sigla, pois atividades legislativas não se confundem com atividades partidárias.

Nós, deputadas, lutamos todos os dias contra a dominação masculina no interior dos partidos e nos espaços de poder. Quando uma deputada se insurge contra uma decisão injusta da cúpula partidária, nosso papel é ouvir e respeitar, sem pretender calar sua manifestação.

A eleição da nova Mesa Diretora da Câmara é uma escolha individual de cada parlamentar, que deve prestar contas com seus eleitores, não com os dirigentes que pretendem tutelar suas vontades. Daniela do Waguinho, Liziane Bayer e muitas outras mulheres não foram as únicas a se insurgirem contra a orientação de seus partidos, mas foram as únicas por eles repudiadas. Isso tem nome: assédio e violência política contra mulheres.

Contem com nosso apoio, nossa solidariedade e a nossa luta!

Assinam a presente nota as seguintes deputadas:

1. Margarete Coelho
2. Soraya Santos
3. Celina Leão
4. Flávia Arruda
5. Dra. Marina Santos
6. Bia Kics
7. Rosângela Gomes
8. Aline Sleutjes
9. Katia Sastre
10. Greyce Elias
11. Carla Zambelli
12. Major Fabiana
13. Alê Silva
14. Clarissa Garotinho
15. Jaqueline Cassol
16. Christiane Yared
17. Iracema Portella
18. Magda Molfato
19. Maria Rosas
20. Aline Gurgel
21. Luiza Canziani
22. Liziane Bayer
23. Rosana Valle
24. Angela Amin
25. Leda Sadala
26. Dra. Soraya Manato
27. Daniela do Waguinho
28. Rose Modesto
29. Mara Rocha
30. Dra. Vanda Milani

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