Entre tensões cotidianas, um gesto simbólico revela feridas raciais e afetivas em uma família negra. Essa é a premissa do curta-metragem “Fogo nos Macacos”, que segue consolidando sua trajetória em prestigiados festivais de cinema e reafirmando a potência do audiovisual produzido fora dos grandes centros. Depois de passar por Cuiabá, o curta-metragem será exibido na 5ª edição do Festival Mate com Angu, no Gomeia Galpão Criativo, neste sábado (1), durante a programação que começa às 18h, concorrendo na premiação “Mostra Competitiva Brasil”. A entrada é gratuita. O filme tem direção de Clementino Jr. e Daiana de Souza, e é produzido pela Haber Produções.
Baseado no conto homônimo da própria diretora, publicado na coletânea Rio de Contos , ‘Fogo nos Macacos’ é um drama familiar sobre feridas profundas, porém abertas, que geram consequências para gerações. O filme aborda questões como masculinidade negra, racismo estrutural, afeto familiar, saúde mental e silêncios herdados.
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O elenco é composto por Izabel Rezende, Ricardo Romão, Carol Haber e Ray Senna. Na trama, um casal macaense se desloca com o filho até a periferia do Rio de Janeiro para que bebê conheça o avô. O encontro, marcado por tensões entre gerações, culmina num clímax emocional provocado por um símbolo silencioso, mas poderoso: os macacos. “É um filme para um público corajoso, que não se melindra com o título ou espera clichês. É singular. Quem assistir, vai entender do que se trata”, afirma Clementino Jr.
Para a roteirista e diretora Daiana de Souza, a seleção também reafirma a força criativa que vem do interior e das periferias fluminenses. Com uma equipe majoritariamente macaense e da região do entorno, o curta agora chega à Baixada Fluminense, território que, assim como o interior do estado, resiste à lógica centralizadora do audiovisual, afirmando sua potência criativa “A gente também faz cinema, também tem histórias para contar. Essa seleção mostra que o interior do estado também pode competir. E isso é fruto de políticas públicas de descentralização da indústria audiovisual nacional”, ressalta.
Para Clementino, o Encontro de Cinema Negro é o grande fórum de quem pensa o cinema racializado. “Ter um filme projetado numa grande tela, em um cinema de rua histórico, não é apenas realizar o sonho de Zózimo Bulbul em juntar seus pares para apreciar suas obras com dignidade, mas uma realização pessoal e coletiva”, ele destaca.

O curta é uma realização da Haber Produções, que se dedica à criação de narrativas autorais, disruptivas e de impacto, que rompem com o senso comum e propõem novas formas de ver e sentir o mundo. A participação do filme no maior encontro de cinema negro da América Latina é muito significativo para todos os envolvidos. “Essa é a primeira produção audiovisual com patrocínio realizada pela Haber Produções. Tenho certeza que isso abrirá muitas portas para a nossa equipe”, celebra a produtora executiva Carol Haber.
“Fogo nos Macacos” é um projeto realizado com patrocínio do Governo Federal, do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, por meio da Lei Paulo Gustavo. A distribuição é da Floriô de Cinema.
Sinopse
Henrique e Débora pegam a estrada com o pequeno Juninho para apresentá-lo ao avô na capital, mas o reencontro logo revela velhos ressentimentos e traumas de uma família negra. Entre fraldas, silêncios e suco de laranja coado, a gota d’água são macacos.
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