Debate RJ: muitos ataques e poucas propostas

    O debate realizado pela TV Globo nessa terça-feira (27/09) estava cercado de expectativa pelos eleitores, que queriam conhecer melhor os postulantes ao Governo do Estado: Cláudio Castro (PL), Marcelo Freixo (PSB), Rodrigo Neves (PDT) e Paulo Ganime (NOVO). Porém, assistiram, na maior parte do tempo, a uma troca de acusações, direcionadas principalmente ao atual governador. De positivo, foi um destaque maior para o tema educação.

    Já no primeiro bloco foi possível perceber que a principal tática adotada seria desgastar a imagem de Cláudio Castro. Com tema livre, o único momento de debate de propostas foi na primeira pergunta sobre emprego e renda. Depois disso, teve apenas provocações e acusações. Apesar de aparentar nervosismo, o governador não mudou o tom de voz e a todo momento tentou desviar dos assuntos relacionados à corrupção.

    O segundo bloco, apesar do sorteio dos temas, foi bem parecido com o primeiro. Os candidatos debateram sobre corrupção, desemprego, responsabilidade fiscal e meio ambiente. Em todas as perguntas houve ataques ao governador, principalmente na pauta sobre corrupção. 

    No terceiro bloco, a Baixada Fluminense foi citada pela primeira vez. Novamente com tema livres, o candidato Rodrigo Neves falou sobre a dificuldade que os moradores da região enfrentam quando precisam do transporte público e prometeu retornar com os trens expressos do ramal de Japeri. Cláudio Castro, que fez a pergunta, perdeu uma ótima oportunidade de falar sobre o projeto do MetroLeve e de outros projetos que sempre aborda em suas visitas. Os candidatos também debateram o tema educação, tendo os Cieps como alvo. Outro tema abordado foi a segurança pública. 

    O quarto e último bloco foi o mais tenso. Freixo iniciou a rodada de perguntas questionando Cláudio Castro sobre tráfico e milícias, tema sorteado pela apresentadora. O direito de resposta foi solicitado cinco vezes, sendo o último, feito pelo governador, negado pela produção. Mais uma vez foram muitos ataques e poucas propostas. Os candidatos ainda falaram sobre Educação, novamente; trabalho para jovens e presídios. Cláudio Castro ainda teve outro pedido de direito de resposta atendido.

    Formato ruim

    Um dos pontos negativos do debate foi o formato adotado pela TV Globo. Os três blocos iniciais foram muito parecidos, com as perguntas concentradas entre Castro e Neves e entre Freixo e Ganime. Isso torna cansativo. Somente no último bloco a ordem foi mudada. 

    Além disso, faltaram os questionamentos de jornalistas, como ocorreu em outros debates. Isso ajuda a desenvolver os temas, já que os candidatos são estimulados a falar sobre suas propostas. Em diversos momentos, o tempo das perguntas foi utilizado mais para promoção de quem fazia do que propriamente para perguntar algo ao adversário.

    Nada muda 

    O cenário até domingo (02/10) não deve mudar diante do resultado do debate. A dúvida que seguirá até o dia da votação é se, diante do crescimento nas últimas pesquisas, Cláudio Castro conseguirá vencer no primeiro turno. A tendência não é essa. Apesar de estar bem à frente, o atual governador deve ter Marcelo Freixo como adversário no segundo turno. Caso isso aconteça, os dois voltarão a se enfrentar em debates nas próximas semanas e espera-se que voltem com mais propostas e menos acusações. 

    Foto: Divulgação

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