A segunda matéria da série sobre os candidatos ao governo do Rio de Janeiro é com o deputado federal Marcelo Freixo (PSB). Presença constante em eleições majoritárias no estado, Freixo enxerga nessa eleição a grande chance de se tornar governador. Para que isso ocorra, mudou de partido e também adotou um discurso mais moderado.
Natural de São Gonçalo, Freixo se mudou ainda jovem, aos quatro anos, para Niterói, onde viveu até os 40. Foi lá, na Universidade Federal Fluminense (UFF) que se formou em História e se tornou professor.
Freixo disputou sua primeira eleição em 1996, pelo PT, para vereador de Niterói, mas não teve votos suficientes para ser eleito. Em 2006, já pelo PSol, elegeu-se deputado estadual, cargo no qual permaneceria até 2018, quando disputou e ganhou uma vaga de deputado federal. Nesse período, o político ainda tentou por duas vezes ser prefeito do Rio de Janeiro (2012 e 2016).
Ameaças e mortes
Por duas vezes, Freixo viu sua integridade física ameaçada e teve que sair do país. A primeira quando presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito das Milícias no Rio de Janeiro. Na época, sofreu ameaças de morte e teve que sair do Brasil por 15 dias. O caso inspirou um personagem do filme Tropa de Elite 2, de José Padilha.
A segunda vez que teve que deixar o país por conta de ameaças de morte foi em 2011, a convite da Anistia Internacional. Na época, ele presidia a Comissão Parlamentar de Inquérito do Tráfico de Armas, cujo relatório foi apresentado naquele mesmo ano.
Além de sofrer com as ameaças de morte, Freixo sofreu ainda mais com a morte de duas pessoas próximas, vítimas do descaso das autoridades e da crescente violência urbana: o irmão Renato Freixo e seu segurança Alexandre Murta.
Em 2006, Renato Freixo era síndico do prédio onde morava e havia acabado de demitir os policiais que faziam bico como seguranças no condomínio. Acabou assassinado a tiros por milicianos aos 35 anos de idade.
Quase 10 anos depois, foi a vez do segurança Alexandre Murta Fernandes, de 41 anos, ser assassinado após reagir a um assalto em Bento Ribeiro, na Zona Norte do Rio. Alexandre era lotado do DGP (Diretoria Geral de Pessoal), mas na época trabalhava na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro para Freixo. Ele estava de folga no momento do crime.
Freixo na Baixada
Questionado sobre sua presença na Baixada Fluminense durante o primeiro debate na Band, Freixo lançou em suas redes sociais um post explicando a quantidade de verbas que mandou para região durante seu último mandato. O fato acendeu um sinal de alerta na equipe de campanha do candidato, que passou a trazê-lo mais para próximo da população da Baixada.
Porém, o trabalho é difícil, ainda mais quando seu principal adversário nada de braçadas, apoiado por todos os prefeitos e a grande maioria dos vereadores da região.
Programa de Governo
O programa de governo apresentado pela equipe de Freixo ao TSE tem mais de 100 páginas de propostas para o estado do Rio de Janeiro. Pelo menos, no papel, a Baixada não foi esquecida. A região foi citada 10 vezes. Entre elas:
- Programa Rio Integrado (VLT da Baixada);
- Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Rota 4 do gás começando por Itaguaí e sendo distribuída para a Baixada);
- Ciclo de Desenvolvimento (VLT da Baixada);
- Cultura e Economia Criativa (combate às desigualdades em termos de acesso aos bens e equipamentos culturais);
- Mobilidade (melhora no transporte e integração entre modais);
- Direitos Humanos (Plano Estadual Intersetorial de Enfrentamento à Violência contra a mulher – ampliação do CIAM Baixada);
Informações
- Marcelo Ribeiro Freixo
- Partido: PSB
- Vice: Cesar Maia
- Estado Civil: Casado
- Ocupação: Deputado
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