CPI da Intolerância Religiosa discute casos na Baixada e em Campos

Imagem: Divulgação

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga atos de intolerância religiosa no estado realizou uma audiência pública remota, nesta terça-feira (22/06), para analisar ocorrências de intolerância no município de Campos dos Goytacazes, no norte do Rio, e na Baixada Fluminense. O colegiado ouviu os relatos de Mãe Torody, liderança religiosa da Baixada, e do subsecretário municipal de Igualdade Racial e Direitos Humanos de Campos dos Goytacazes, Gilberto Firmino Coutinho Júnior, também conhecido como Totinho Capoeira.

Mãe Torody destacou a importância do ensino de respeito a diferentes religiões em escolas.

– Queremos respeito, em primeiro lugar; não tolerância. A primeira forma de encarar essa luta é a educação. Precisamos de ferramentas para encarar o desrespeito e orientar sobre como vivemos e como somos agredidos – frisou.

Torody relatou que na Baixada Fluminense os adeptos das religiões de matrizes africanas são reprimidos ao usarem o torço (pano utilizado na cabeça) e ao vestirem roupas brancas.

Presidente da comissão, a deputada Martha Rocha (PDT) lamentou os casos relatados e falou sobre os objetivos da CPI.

– Lamentavelmente, os direitos não estão sendo garantidos. Falar de intolerância é pouco pro tamanho do problema. É um racismo religioso cruel, que atinge muitas pessoas no nosso estado e no nosso país. Apesar das estruturas existentes, elas não estão sempre preparadas para enfrentar o problema. Nós, da CPI, tratamos da proteção das vítimas de racismo religioso, e queremos criar uma rede para que estas pessoas estejam protegidas – pontuou.

A deputada Tia Ju (REP) também ressaltou o papel central da educação no combate aos casos de intolerância religiosa.

– É importante trabalhar com a prevenção, que é a educação. Eu, e muitas outras pessoas, estudamos todas as religiões na escola. Não causa dano cultural, causa entendimento e dá liberdade de escolha – ponderou. 

Já o deputado Átila Nunes (MDB) chamou a atenção para a responsabilização criminal dos comandantes de ataques e agressões religiosas.

– Enquanto não forem responsabilizados criminalmente os líderes que estimulam as agressões religiosas, não vão terminar os casos de depredação de casas de umbanda e candomblé – criticou.

Siga o BAIXADA POLÍTICA nas redes sociais (Facebook e Instagram).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *