O prefeito de Itaguaí, Rubem Vieira (PODE), realizou uma live em suas redes sociais nessa terça-feira (24/05), para falar sobre a instalação de um novo terminal de minério no município. Segundo reportagem do Diário do Rio, o Porto de Itaguaí pretende investir R$ 3 bilhões para aumentar a capacidade de escoamento de minério de ferro em 39 milhões de toneladas por ano. Rubão criticou o empreendimento e garantiu que vai lutar contra essa instalação.
“Eu não sou contra o desenvolvimento. Precisamos de emprego, precisamos gerar renda. Só que o Porto de Itaguaí não aguenta mais tanta poluição. Não aguenta mais o absurdo que é o minério, que paga seus impostos em Minas Gerais, e o estado do Rio de janeiro fica para trás. A população fica a ver navios, só com a herança maldita ambiental. Estamos perdendo arrecadação, perdendo empregos e a nossa natureza”, desabafou o prefeito.
Para conseguir barrar a construção do novo terminal, Vieira avisou que vai recorrer ao governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A Prefeitura não vai ficar omissa nisso. Mandei ofício para o presidente da República, Ministério de Desenvolvimento, Secretaria de Desenvolvimento do Estado, governador, deputados, senadores… para não deixarem mais esse absurdo. O último porto que veio para Itaguaí foi um escândalo em todas as televisões por esquemas fraudulentos e, pior do que isso, acabou com a Ilha da Madeira, que foi resumida a um pedacinho de nada. Não vou ficar calado, vou gritar, vou para a imprensa e para onde for necessário para mostrar que Itaguaí não aguenta mais um porto de minério que não seja bom para o município”, disse.
O prefeito também se irritou com o fato de representantes do Ministério da Infraestrutura visitarem o Porto para avaliar a possibilidade de leilão de um espaço chamado “Área do Meio” para abrigar um novo terminal portuário de minério.
“O que mais me impressiona é o Ministério, que vem à nossa cidade, faz uma visita ao Porto, especulando um leilão, e não procura a prefeitura ou os pescadores para saber se é bom ou não para o município”
Outros pontos abordados na live:
Empresas com protocolos
“Nós temos uma empresa, a CSN que está com o alvará ambiental no protocolo, porque foi vencido em 2012 e até hoje não saiu. Temos outra empresa, a CBPS, que é da Vale e que está funcionando com protocolo, já que a licença ambiental não saiu desde 2012. Temos uma outra licença do Porto Sudeste, que é um outro protocolo. Como é que funciona? Eles dão entrada no Protocolo e trabalham. Não importa se tem a licença ou não”.
Logística
“Nós temos uma logística privilegiada: temos um Arco Metropolitano, que leva à Washington Luís, à Rodovia Dutra, BR 101, Rio-São Paulo, Rio-Santos. Por causa de 14 km de linha férrea, não podemos trazer os cereais para dentro do Porto de Itaguaí para exportar. Ao invés de minério, poderiam colocar empresas ali dentro para recuperar os navios”.
Porto de Santos
“Infelizmente, a tendência parece ser só ajudar Santos. Em 2019, tiraram o decreto federal que nos dava direito a Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Santos tem, mas Itaguaí perdeu o seu. Nós somos mais perto para as linhas externas do Brasil do que Santos. O frete é mais barato, nós temos linha férrea. Mas não, voltam a falar do bendito porto de minério. Tem muita coisa boa para fazer, por que deve ser o minério? O Porto de Santos não leva um minério do Brasil, por que será?”
Peixe rico em minério
“Nosso peixe está rico em minério. Já vi rico em ferro, mas em minério, só em Itaguaí. Não adianta fingir que não tem poluição. Não adianta fingir que o desenvolvimento é muito mais importante do que o meio ambiente. Eu vou brigar eternamente. Eu não vou deixar acontecer novamente o que gestões passadas fizeram no passado”.
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