
Os vereadores de Itaguaí tiveram uma terça-feira (08/02) agitada na Câmara Municipal. Dois pedidos de investigação foram aceitos durante a segunda sessão ordinária do ano. A primeira Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) diz respeito a ameaças sofridas pelo presidente da Casa, vereador Gil Torres (PSL). A segunda, sobre o furto de notebooks destinados aos profissionais da educação.
Após assinatura dos Projetos de Resolução nº 004 e nº 005, cada vereador votou nominalmente sobre a criação das comissões. O próximo passo é a indicação dos membros, que iniciarão os trabalhos após a publicação da composição das CPIs. Cada comissão será composta de um presidente, um relator, um membro e dois suplentes.
Após a conclusão das CPIs o relatório é encaminhado ao judiciário para eventual punição.
Ameaças ao chefe do Legislativo
Antes do início da Ordem do Dia, o presidente Gil Torres leu, na íntegra, uma carta anônima entregue à Casa Legislativa o responsabilizando pela operação e permanência de força policial na comunidade conhecida como Sem Terra. O tema, que já havia sido esclarecido pelo chefe do Legislativo na época em que a operação na comunidade começou, voltou à tona com o recebimento da correspondência, que finalizava afirmando em tom de ameaça que o vereador será cobrado pelo fato.
O parlamentar contou que logo que os primeiros boatos sobre o assunto surgiram, ainda no ano passado, foi realizado um registro na Polícia Civil, e o Ministério Público e demais órgãos competentes foram comunicados para que os fatos fossem elucidados. Gil destacou que as atribuições de vereador é legislar e fiscalizar o Poder Executivo e que as decisões sobre operações policiais não são de sua atribuição e tampouco tem sua gerência.
– Eu não mando na polícia. Nenhum vereador, prefeito ou qualquer outra autoridade manda na polícia – explicou o edil, acrescentando que a ligação da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) com o município se dá por meio do convênio para policiamento ostensivo pelo Programa Estadual de Implantação de Serviços (Proeis).
Para Gil, a carta foi uma tentativa de intimidação. O parlamentar afirmou que não será intimidado e que não está envolvido com qualquer tipo de ato ilícito. Lembrou que atuou de forma firme na Comissão Processante que culminou com a cassação do ex-prefeito Charlinho, que sua gestão à frente da CMI foi responsável pela adesão da instituição ao Programa Nacional de Prevenção à Corrupção e que não irá se omitir.
– Não tenho medo de vagabundos – afirmou, acrescentando que quem espalhou informações caluniosas terá que se explicar.
Gil afirmou que nem ele, nem nenhum outro vereador de Itaguaí entrará para a estatística de representantes do povo assassinados e cobrou providências do Governo do Estado para garantia de segurança.
– Que o senhor Governador ouça o que estou falando e nos ampare. Eu tenho família, tenho filhos. Não estou aqui para entrar para a estatística – cobrou o parlamentar.
Furtos de notebooks
O segundo pedido de investigação é sobre o caso dos notebooks da Secretaria Municipal de Educação que foram furtados. O pedido de abertura de CPI para apurar os fatos, também de autoria do vereador Gil Torres, foi aceito por unanimidade.
– Aproveitando para comunicar que também quero abrir uma CPI sobre os furtos de notebooks. Aqui o trabalho é transparente. Não somente sobre a situação do Sem Terra, que ocorre envolvendo meu nome, mas também quero abrir uma CPI para apurar o furto dos notebooks aqui da Prefeitura – enfatizou o vereador lembrando que a prerrogativa de vereador é legislar e fiscalizar.
Vereadores manifestaram apoio
Vereadores da Casa manifestaram apoio à abertura das investigações e se colocaram à disposição do presidente Gil Torres. Os parlamentares lembraram os tempos difíceis que o município já passou devido à violência na política, classificaram as ameaças como inadmissíveis e apoiaram o vereador na cobrança por garantia de segurança.
Acompanhe o BRAVA nas redes sociais (Instagram, Youtube, Facebook, TikTok, X e LinkedIn).