Itaguaí foi fundada em 5 de julho de 1818.
O nome Itaguaí tem origem indígena: embora uma publicação de 1979 o traduza como “fogo entre pedras”, historiadores indicam que vem da junção dos termos tagoa (amarelo) e îy* (água), em referência ao rio de águas barrentas na região, grafado nos registros coloniais como Tagoahy, sem o prefixo ita (pedra).
Segundo o IBGE, tem uma população de 116.841 habitantes.
Faz divisa com Seropédica, Paracambi, Rio Claro, Piraí, Mangaratiba e Rio de Janeiro.
A região de Itaguaí era originalmente habitada pelos índios tupinambás. Após a conquista portuguesa, em 1567 o governador Mem de Sá expulsou os tupinambás locais e trouxe tribos aliadas (tupiniquins e carijós) para povoar a área. No final do século XVII, missionários jesuítas se estabeleceram na região e fundaram em 1688 a Aldeia de Itaguaí, construindo a primeira igreja voltada à catequese dos indígenas, na localidade de Coroa Grande. Essa aldeia missionária se tornou uma das mais importantes do Rio de Janeiro colonial, perdurando até meados do século XIX.
No fim do período colonial, Itaguaí já despontava como núcleo habitado. Em 1795, foi criada a Freguesia (paróquia) de São Francisco Xavier de Itaguaí, desvinculada de Mangaratiba, o que preparou o caminho para sua emancipação. Pouco depois, durante o reinado de D. João VI, a localidade obteve autonomia: por meio de alvará de 5 de julho de 1818, Itaguaí foi elevado à condição de Vila, oficialmente denominada Vila de São Francisco Xavier de Itaguaí. O novo município se formou a partir de terras que antes pertenciam a Angra dos Reis e à cidade do Rio de Janeiro, abrangendo originalmente uma área bem maior que a atual, incluindo regiões que mais tarde se tornariam Mangaratiba, Seropédica e Paracambi.
Nos anos seguintes, Itaguaí experimentou crescimento demográfico e econômico. A localização estratégica, entre a capital fluminense e São Paulo, inseriu a vila em eventos históricos nacionais. Em 1822, às vésperas da Independência do Brasil, o então príncipe regente Dom Pedro passou por Itaguaí ao viajar pela Estrada Real da Serra da Calçada rumo a São Paulo, e após proclamar a independência no Ipiranga retornou pelo município, onde foi novamente aclamado como Imperador na praça central.
Durante o Período Regencial e o Segundo Reinado, a economia local prosperou com a agricultura e o comércio. Destacou-se o cultivo de café, que se expandiu nas décadas de 1830-40. Para escoar a produção, foi concebido um porto fluvial: em 22 de março de 1841 inaugurou-se o Porto Real de Itaguaí, também chamado Porto Imperial, projetado pelo engenheiro Frederico von Hoonholtz (pai do futuro Barão de Teffé). Com o porto, as exportações anuais de café saltaram de cerca de 50 mil para 400 mil arrobas na década de 1830, impulsionando o desenvolvimento urbano.
Nessa época surgiram também importantes instituições locais, como a primeira escola pública (1830) e a Casa de Caridade de Itaguaí (fundada em 1858), uma associação filantrópica que mantinha o hospital da cidade – este viria a se notabilizar mais tarde por abrigar, em 1968, o primeiro transplante de mão realizado no Brasil. Em 1880, com apoio direto de D. Pedro II, foi inaugurada a primeira biblioteca pública de Itaguaí, celebrando o aniversário de 50 anos do imperador e reunindo um acervo de cerca de dois mil volumes já na abertura.
A partir da segunda metade do século XIX, Itaguaí enfrentou dificuldades econômicas e demográficas. Fatores como o esvaziamento do porto (devido ao assoreamento e à concorrência de outras rotas), sucessivas epidemias e a evasão de mão de obra após a abolição da escravatura levaram ao declínio das lavouras e do comércio. Como consequência, a população diminuiu drasticamente e a cidade entrou em estagnação. Apesar disso, Itaguaí conseguiu manter sua autonomia municipal e, ao longo do século XX, iniciou uma lenta recuperação, diversificando suas atividades econômicas e atraindo novos habitantes.
Os sinais de retomada se tornaram evidentes no início dos anos 1900. A chegada da Estrada de Ferro Central do Brasil trouxe um novo impulso: os trilhos alcançaram Itaguaí em 1909, e a Estação Ferroviária de Itaguaí foi inaugurada em novembro de 1910, conectando o município à importante malha ferroviária nacional.
Nas décadas seguintes, a cidade passou por melhorias urbanas e de serviços. Durante o governo Vargas, por exemplo, a eletrificação avançou e Itaguaí recebeu luz elétrica nos anos 1930, integrando-se ao desenvolvimento industrial fluminense. Outro marco desse período foi a imigração japonesa: a partir de 1939, diversas famílias de imigrantes japoneses se instalaram na zona rural de Itaguaí, atraídas pelo baixo custo das terras férteis da Baixada Fluminense. Incentivados pelo sucesso inicial no cultivo do tomate e de outras hortaliças, esses colonos, muitos vindos do interior de São Paulo, formaram em Itaguaí uma das maiores colônias japonesas do Estado do Rio. A presença da comunidade nipônica deixou contribuições na agricultura local e aspectos culturais que persistem na região.
Na virada dos anos 1950, a cidade ganhou símbolos cívicos e culturais próprios, como o coreto municipal (1943) e o hino de Itaguaí (composto em 1950), refletindo sua identidade local em formação.
A segunda metade do século XX foi marcada por grandes transformações em Itaguaí. Em 1960, o município perdeu parte de seu território original com a emancipação de Paracambi, área que correspondia ao então 3º distrito de Itaguaí, unida a um distrito de Vassouras para formar a nova cidade.
Mesmo com essa redução territorial, Itaguaí continuou a se desenvolver e atrair investimentos. A região da Baía de Sepetiba, na costa de Itaguaí, foi escolhida pelo governo federal para projetos estratégicos. Um deles foi a instalação da Nuclebrás Equipamentos Pesados (NUCLEP), empresa estatal fundada em 1975 com a missão de produzir componentes para o Programa Nuclear Brasileiro. A fábrica da NUCLEP, uma das maiores indústrias de equipamentos pesados do país, trouxe empregos e dinamismo econômico, inserindo Itaguaí no mapa da indústria de defesa, nuclear e metal-mecânica.
Outro grande empreendimento foi o Porto de Sepetiba, concebido como alternativa portuária para o Rio de Janeiro: suas obras iniciaram-se nas décadas de 1970 e resultaram na inauguração oficial do Porto de Itaguaí (nome então adotado) em maio de 1982, com a abertura de terminais de minério (carvão e alumina) na costa norte da baía. A operação do porto, hoje um dos maiores do Brasil em movimentação de cargas, consolidou o município como polo logístico regional.
Nas décadas seguintes, a cidade continuou a crescer e se reestruturar. Em 1995, houve nova subdivisão territorial com a criação do município de Seropédica, desmembrado de Itaguaí por lei estadual e impulsionado pelo desenvolvimento da Universidade Rural (UFRRJ). Mesmo perdendo essa área, Itaguaí manteve importância estratégica e viu a chegada de instituições de ensino técnico e profissionalizante, como a instalação de uma unidade do CEFET e da Escola Técnica (ETERJ) em 2008, além de um centro do SENAI inaugurado em 2011.
Em 2010, a Marinha do Brasil implantou, em parceria com a França, o complexo do Estaleiro e Base Naval de Itaguaí, parte do programa PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), para a construção de submarinos convencionais e nucleares. Também foi construído um novo terminal portuário privado – o Porto Sudeste, inaugurado em 2015 – voltado à exportação de minério de ferro, aproveitando a proximidade de Itaguaí com as minas de Minas Gerais.
Em paralelo, melhorias viárias integraram ainda mais Itaguaí à metrópole: a abertura do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, em 2014, criou uma rodovia de contorno ligando Itaguaí a Duque de Caxias e às principais rodovias federais (BR-101 e BR-116) sem necessidade de passar pelo centro do Rio.
Prefeito: Haroldo Jesus (Interino)
Vice-prefeito:
Endereço: Rua General Bocaiúva, 636 – Centro.
Telefone: (21) 3782-9000 / 2700-4650
Mesa Diretora
Vereadores com mandato
Endereço: Rua Amélia Louzada, nº277 – Centro
Telefone: (21) 2688 1136 / 2688 1236
Período | Prefeito |
1983 a 1988 | Otoni Rocha |
1989 a 1991 | Abeilard Goulart de Souza |
1993 a 1996 | Benedito Amorim |
1997 a 2000 | José Sagário Filho (PSDB) |
2001 a 2004 | José Sagário Filho (PSDB) |
2005 a 2008 | Charlinho (PFL) |
2009 a 2012 | Charlinho (PMDB) |
2013 a 2015 | Luciano Mota (PSDB) |
2015 a 2016 | Weslei Pereira (PSB) |
2017 a 2020 | Charlinho (PMDB) |
2020 | Dr. Rubão (PODE) |
2021 – 2024 | Dr. Rubão (PODE) |
2025 | Haroldo Jesus (interino) |