Nas dias 02, 03, 04, 08, 09 e 10 do mês de abril ocorreu na cidade de Nilópolis no Ciep 389 Haroldo Barbosa e na Escola Municipal Professora Edyr Ribeiro o projeto Encruzilhadas Criativas, que visa a interligação entre arte, cultura e educação. Idealizado por Paulla Mello o “Encruzilhadas” enaltece o fazer artístico da Baixada Fluminense trazendo um viés que busca promover o território e seus fazedores culturais e educacionais.
A Onã Cultural, produtora responsável pelo projeto, celebra o sucesso da realização da primeira edição. O Encruzilhadas Criativas é um processo a partir de oficinas interdisciplinares que trabalham Dança, Teatro e Musicalidade a partir de 3 bases: O Território, a Pedagogia Intrínseca do Nós e a Identidade Coletiva.
A diretora Artística, Paulla Mello, que estudou em uma das escolas, cita a importância de como foi o desenvolvimento de estar em dois espaços públicos, um de cunho estadual e outro municipal.
“É um processo de muito aprendizado! Ver a pluralidade e a potencialidade dessas crianças e adolescentes dentro do nosso território! Tô feliz porque eu fui uma delas; E para além de todo conceito e base que o projeto possui a maior riqueza que o Encruzilhadas Criativas tem é mostrar para eles novos caminhos através das oficinas e valorizar e referenciar os trabalhos de artistas e produtores da Baixada Fluminense”.

O projeto é pioneiro e se baseia na valorização e difusão de experimentações artísticas e culturais e se orienta pelas leis nº 10.639/03 e a lei n° 11.645/08, que falam da obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio.
A diretora Priscila Araújo destaca como foi receber o projeto na Escola Municipal Professora Edyr Ribeiro.
“A participação do projeto “Encruzilhadas Criativas” em nossa unidade escolar está sendo muito proveitosa, pois faz uma ligação com o projeto da nossa unidade escolar: Ancestralidade e Multiculturalismo: Edyr, respeitando as diferenças. Pois, acreditamos que é essencial para os nossos estudantes conhecerem a sua história e as suas origens. E também é uma maneira de trabalhar questões sobre a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana e indígena em nossas escolas, para que os alunos tenham um pertencimento e reconhecimento, evitando práticas de bullying e racismo no espaço escolar e no âmbito social. Agradeço pelo compartilhamento e aprendizagens que puderam oferecer aos nossos estudantes e a nós também”
A edição contou também com uma residência artística para a formação da equipe, com a Mestra de Dança Afro Valeria Monã, nessa residência foi explorado o Corpo como primeiro território dos participantes e ressaltada por Monã a importância da Baixada Fluminense: “Se tratando de Baixada Fluminense é sempre uma descoberta ver o quanto esse território tem e quanto ele necessita se rever, praticar com Sankofa uma ancestralidade para que possamos caminhar a frente.”

A primeira edição tem por nome “Corpo-Território”, atribuído pelo Orientador Pedagógico e Artístico Jovi Pires, onde foi trabalhada toda metodologia fundamentada nas bases do projeto a partir desse conceito, por meio de dinâmicas e jogos que exploram: criatividade, expressão, sensibilidade, discussão coletiva e afeto. Para a prática tivemos dois oficineiros da Baixada Fluminense: Capelloni, do município de Nilópolis, e Karla Muniz Ribeiro, do município de Nova Iguaçu, que evidenciou a importância de estar no projeto.
“Tá sendo muito importante estar nesse projeto. Importante pra mim como profissional, ser humano e como criança, que de alguma forma ainda tá guardada aqui dentro de mim. Fico pensando que se eu recebesse e participasse do “Encruzilhadas Criativas” nos meus tempos de escola, eu teria tido contato mais cedo com os meus sonhos e desejos, ou ter dado atenção aos meus sonhos com mais firmeza. Estamos trabalhando com o corpo-território de cada criança e adolescente. Estamos trabalhando com territórios cheios de sonhos, desejos e brincadeiras, que às vezes por falta de estímulos, vão abandonando a sua própria identidade para caber nos outros espaços. Encruzilhadas Criativas trabalha a autonomia de criação do ser, e eu estou muito realizada por compor a equipe”, disse Karla.
No último dia do projeto em cada uma das escolas foi realizado uma roda de conversa sobre a importância do ensino afro brasileiro e indigena com a presença do Professor Cristian Elias que trabalha decolonialidade para professores e alunos de escolas da rede pública, onde comunicou em uma das suas falas a importância de olharmos uns aos outros como referência: “E assim como eu me vejo em vocês, eu acredito que vocês se veem na gente!”

A Onã Cultural, que fez a gestão do projeto, exalta a realização e valoriza a ficha técnica do projeto composta majoritariamente por profissionais da Baixada Fluminense. Abaixo é possível conferir as mãos que fizeram o Encruzilhadas Criativas acontecer:
- Direção Artística: Paulla Mello
- Direção de Produção: Aryelle
- Residência Artística: Valéria Monã
- Oficineiros: Capelloni e Karla Muniz Ribeiro
- Assistente de produção e Comunicação: Ivy Magalhães
- Estagiária de produção e Comunicação: Brenda Vasconcelos
- Coordenação Pedagógica: Andressa Oliveira
- Orientação Pedagógica e Artística: Jovi pires
- Identidade Visual: Beto Teixeira
- Registro Fotográfico: Ingrid Lima
- Realização: Onã Cultural
Para saber mais sobre esse e outros projetos acompanhe as redes sociais da @ona.cultural e @a.paullamello.
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