Por Isabelle Brenda
O carnaval se aproxima e o coração dos apaixonados pelo samba já bate em ritmo acelerado. Dizem por aí que o samba vem de berço, você concorda? A Pimpolhos, escola de samba mirim da G.R.E.S Grande Rio, não só concorda, como prova isso na avenida. Desde sua fundação, em 2002, a agremiação de Duque de Caxias não se limita a desfilar: ela forma novos sambistas, abre caminhos e transforma o carnaval em um palco de oportunidades. Porque o samba, para eles, não é apenas música, é futuro e muito comprometimento. Vamos conhecer essa história?
Transformando realidades desde 2002
A história da Pimpolhos começa em 2002, quando uma parceria entre empresas, pessoas físicas e órgãos governamentais se une às comunidades locais de Duque de Caxias para desenvolver atividades artístico-culturais voltadas para crianças e adolescentes. Desde o início, a missão da escola mirim é promover a interação social e a educação através do carnaval, criando oportunidades de aprendizado e crescimento para centenas de jovens.
No ano seguinte, em 2003, a Pimpolhos estreou na Marquês de Sapucaí com um desfile marcante, levando cerca de 1.300 crianças para a avenida. O sucesso da iniciativa impulsiona a escola a crescer ainda mais, e, em 2004, ela se transforma em uma ONG, tornando-se uma instituição independente da Acadêmicos da Grande Rio. A partir desse momento, a Pimpolhos passa a ter sua própria identidade, missão e valores, ampliando seu alcance e impacto na comunidade.
Com o crescimento das oficinas carnavalescas, a Pimpolhos expande suas atividades para dentro das comunidades de Caxias, promovendo grandes tardes culturais e passeios educativos. Essas ações fortalecem a interação direta com crianças e adolescentes, criando um espaço de troca cultural e aprendizado.
Ainda em 2004, o programa de Aprimoramento em Artes Carnavalescas – “Arte Folia” – evolui para a “Escola de Carnaval”, uma plataforma voltada à pesquisa, produção e desenvolvimento do carnaval. A iniciativa consolida a Pimpolhos como um espaço de formação para jovens talentos, incentivando o estudo e a prática das artes carnavalescas.
Em 2011, a escola mirim ganha ainda mais visibilidade com a exposição “Nossos Contos, Nossas Memórias”, realizada na galeria do Espaço Cultural Eletrobras Furnas, em Botafogo, Rio de Janeiro. A mostra apresenta mais de 12 projetos e enredos desenvolvidos na Marquês de Sapucaí, por meio de fotos, vídeos, textos, protótipos de desfiles e laboratórios lúdico-pedagógicos. A abertura da exposição conta com um espetáculo especial, reunindo intérpretes, fantasias e a vibrante bateria mirim da Pimpolhos.
O Projeto PIM Maricá
O mais recente projeto da Pimpolhos, o PIM Maricá, surge em parceria com a Acadêmicos do Grande Rio e a prefeitura de Maricá para levar atividades culturais carnavalescas ao município. Iniciativas como essa são importantes para fortalecer os vínculos culturais da cidade de Maricá com sua comunidade utilizando o carnaval como ferramenta de comunicação e empoderamento social.
Algumas ações promovidas pelo projeto:
Curso de Criação e Produção de Fantasias, Curso de Alegoria, Curso de Danças do Carnaval, Oficina de Percussão, Oficina de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Oficina de Canto e composição e Oficina de Cavaquinho.
O projeto acontece na Sede da Escola de Samba União de Maricá, Rodovia Amaral Peixoto, KM 29 – Flamengo – Maricá.
O Carnaval Mirim
Desde 1984, ano da fundação do Sambódromo, as Escolas de Samba Mirins promovem atividades socioculturais. Com o objetivo de dialogar entre arte, sociedade e o popular, os Barracões e as quadras das Escolas de Samba tornam-se centros de pesquisa e produção que envolvem artistas, educadores e produtores culturais, propondo metodologias, projetos, trabalhos artísticos e educacionais.
A AESM-Rio (Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro) é a união de dezessete Escolas de Samba Mirins que levam mais de 20 mil crianças anualmente à Sapucaí, com desfiles lindos que promovem a reflexão sobre temas atuais e acontecimentos históricos. Hoje em dia, o espetáculo atrai mais de 70 mil espectadores, sua maioria familiares dos componentes das escolas.
Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro:
- Ainda Existem Crianças na Vila Kennedy
- Aprendizes do Salgueiro
- Corações Unidos do Ciep
- Estrelinha da Mocidade
- Filhos da Águia
- Golfinhos da Guanabara
- Herdeiros da Vila
- Império do Futuro
- Infantes do Lins
- Inocentes da Caprichosos
- Mangueira do Amanhã
- Miúda da Cabuçu
- Nova Geração do Estácio
- Petizes da Penha
- Pimpolhos da Grande Rio
- Tijuquinha do Borel
Assim como a Pimpolhos, as demais escolas de samba mirins são a base para a renovação e a profissionalização do carnaval carioca. Além de formar novos sambistas, elas incentivam pesquisas, experimentações e o desenvolvimento de novas técnicas na produção carnavalesca. Os barracões e quadras dessas escolas se tornam verdadeiros laboratórios de criação, onde artistas, educadores e produtores culturais trabalham juntos para transformar o carnaval em um campo de aprendizado e inovação.
Você já conhecia alguma dessas escolas mirins? Conta pra gente!
Isabelle Brenda é nascida e criada em Duque de Caxias. Formada em História pela UFRJ, pesquisa sobre História da Imprensa no Rio de Janeiro no século XX. Atualmente, trabalha como supervisora de pesquisa no IBGE.
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