Conheça o perfil dos vereadores eleitos na Baixada Fluminense em 2024

As eleições municipais de 2024 trouxeram uma renovação para as Câmaras Municipais da Baixada Fluminense, mas o perfil dos eleitos permaneceu praticamente inalterado. A hegemonia masculina e conservadora ainda predomina, e os avanços, quando ocorrem, são discretos. A maioria dos eleitos continua sendo composta por homens, brancos, de meia-idade e com ensino médio completo. No entanto, algumas mudanças importantes, como o aumento modesto na presença feminina e o fortalecimento de certos partidos, indicam que a política da região pode estar começando a se redesenhar, ainda que timidamente.

Renovação 

Em termos numéricos, a Baixada Fluminense registrou uma renovação significativa. Dos 200 vereadores eleitos, 52,5% não tentaram a reeleição. Isso, porém, não significa uma mudança substancial no perfil político da região. Cidades como Mesquita, Nilópolis, Paracambi e Seropédica renovaram dois terços de seus legisladores, enquanto Belford Roxo, com apenas 28% de renovação, mostrou maior resistência a mudanças.

Entretanto, a renovação por si só não implica em diversidade de perfis ou ideologias. A maioria dos novos eleitos ainda se enquadra no padrão conservador que há tempos domina a região, com uma agenda alinhada a partidos como MDB, PP e PL.

A lenta ascensão feminina

Apesar de as mulheres serem a maioria da população na Baixada, elas continuam sub-representadas nas Câmaras Municipais. Em 2024, apenas 14% das vagas serão ocupadas por mulheres, um avanço de apenas 1% em comparação com 2020.

Duque de Caxias foi o destaque positivo, elegendo seis mulheres, o dobro da última eleição. Por outro lado, cidades como Paracambi e São João de Meriti, que elegeram mulheres em 2020, agora não terão nenhuma representante feminina. Isso reforça a desigualdade de gênero nas decisões políticas regionais e aponta para a dificuldade das mulheres em consolidar sua presença.

Ainda assim, o fato de sete das 13 cidades terem elegido ao menos uma mulher (uma a mais do que em 2020) pode ser um sinal de que a resistência à representatividade feminina começa a ceder, mesmo que lentamente.

Idade dos vereadores

A média de idade dos vereadores subiu levemente, passando de 43,84 anos em 2020 para 44,52 anos em 2024. Isso sugere uma manutenção do perfil político de meia-idade. Lucas Família, de Magé, será o vereador mais jovem da Baixada, assumindo aos 22 anos. No extremo oposto, Rogério do Pneu, de Nova Iguaçu, com 75 anos, começará seu primeiro mandato.

Esses extremos refletem uma política regional que, ao mesmo tempo que acolhe jovens lideranças, mantém espaço para veteranos, mas sem alterar a essência tradicional do legislativo.

A força consolidada de MDB, PP e PL

O domínio de partidos conservadores como o MDB, PP e PL se manteve, e até se fortaleceu, em 2024. Esses três partidos foram os grandes vitoriosos na Baixada Fluminense, ampliando significativamente suas bancadas. O MDB foi o que mais cresceu, passando de 18 vereadores eleitos em 2020 para 28 em 2024, expandindo sua atuação de quatro para 11 cidades.

O Progressistas (PP) também registrou um aumento expressivo, de 16 para 25 vereadores, marcando presença em 12 cidades. O PL não ficou atrás, subindo de 16 para 23 cadeiras. Esse avanço indica que as agendas conservadoras continuarão a dominar o debate político local, o que pode impactar diretamente as pautas para 2026.

Por outro lado, o Podemos foi o partido que mais perdeu força, caindo de 9 para apenas 4 vereadores. 

Esquerda avança timidamente

A esquerda teve um crescimento modesto, mas estratégico. O PT aumentou de 4 para 5 seu número de vereadores, ampliando sua presença de três para quatro cidades. O Partido Verde (PV) dobrou sua representação, saltando de 3 para 6 vereadores.

Ainda assim, esse avanço tímido não é suficiente para alterar o equilíbrio de forças na Baixada, que continua fortemente conservadora. Para 2026, partidos de esquerda terão de redobrar seus esforços se quiserem ganhar terreno na região.

O impacto em 2026

A Baixada Fluminense, que representa 20% do eleitorado do estado, segue sendo um termômetro importante para a política estadual e nacional. As eleições de 2024 mostraram que o conservadorismo permanece forte e, ao que tudo indica, seguirá dominando em 2026. Quem deseja romper com esse padrão, especialmente do campo progressistas, precisa começar a construir uma base sólida desde agora. O terreno está cada vez mais disputado, e o tempo para mudanças significativas é curto.

O BAIXADA POLÍTICA seguirá acompanhando os desdobramentos políticos na região, com análises detalhadas de cada cidade e os possíveis impactos para as próximas eleições.

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