Nos últimos cinco meses, 50 jovens da Baixada Fluminense tiveram a oportunidade de aprender, debater e realizar obras cinematográficas com o propósito de exercitar suas capacidades de criação que sinalizem alternativas positivas em relação ao planeta. Com o encerramento da Oficina de Cinema Ambiental Onda Verde, eles poderão apresentar o resultado desse trabalho. Entre os dias 27 e 29 de julho, na sede da entidade ambientalista no Tinguá, os alunos vão apresentar quatro obras audiovisuais inéditas, com foco na melhora da qualidade de vida dos locais onde vivem, durante a Mostra de Cinema Ambiental Onda Verde.
Nesta oficina, os participantes mergulharam em tópicos importantes, como a crise climática, a conservação da biodiversidade e a gestão sustentável dos recursos naturais. Através de palestras, exercícios práticos e análise de filmes, foram exploradas diferentes formas pelas quais o cinema pode transmitir mensagens poderosas como despertar a ação em relação à proteção do meio ambiente.
“Temos um sentimento de plena satisfação ao colaborarmos com o despertar desse olhar para o Cinema Ambiental. Ampliar visões, afetos e práticas entre o meio ambiente, a arte e as realidades desses jovens foi muito enriquecedor para todos nós”, enfatiza Daniela Francisco, diretora de produção.
Os roteiros selecionados exigiram a busca pelo melhor ângulo, a definição dos pontos de corte e todas as demais técnicas que influenciam diretamente na narrativa e na experiência do espectador foram colocadas à prova. Os filmes abordam temas sensíveis ao Tinguá e apontam caminhos pacíficos que podem ajudar a modificar a perspectiva atual.
No filme “Ewé – O Caminho das Folhas”, os candomblecistas ganham voz.
“As religiões de matrizes africanas vêm a natureza com outras lentes, em relação ao cuidado e o afeto. Destacamos que as oferendas, geralmente, possuem elementos sustentáveis, mas o olhar de racismo ambiental prevalece”, comenta Luiz Lopes que assina a direção.
“Os que Ficam” aborda o potencial turístico na região e aponta a importância de se proteger os recursos naturais.
“Queremos enfatizar a necessidade de ações educacionais para gerações atuais e futuras”, reforça Gustavo Roger que assina a direção com Antonio Douglas.
Em “Tinguá – A Riqueza das Joias da Coroa”, o coletivo de alunos contextualiza a importância hídrica do bairro e a necessidade da população se mobilizar em torno do direito de acesso à água.
“Sou moradora de Tinguá e a falta d’água é um sério problema do bairro, espero que depois desse curta as pessoas e governo valorizem mais o lugar que foi tão importante e de tanta serventia anos atrás”, adianta Ana Beatriz que assina a direção junto com Raphael Santiago.

E em “Tinguá Na Lata”, os participantes vão em busca de respostas aos diversos descasos com o bairro e seus estereótipos.
“Resolvemos dar esse título pois também queremos destacar nossas insatisfações sem rodeios”, aponta a diretora Fabíola Rocha. O filme conta com a participação de Diogo Luiz, diretor de projetos da Onda Verde que evidencia a potência do bairro.
A Ação Formativa conta com o patrocínio da Light e do Governo do Estado do Rio de Janeiro através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
Mostra de Cinema
A Mostra de Cinema Ambiental Onda Verde selecionou um total de 13 curtas-metragens nacionais para compor sua primeira edição. Além dos quatro curtas já mencionados, outras nove produções foram escolhidas pelo curador Diego Bion.
“Buscamos filmes que tivessem tido boa circulação por festivais e que fossem impactantes”, explica.
Entre os destaques, está “Ilha das Flores”, um clássico dirigido por Jorge Furtado. E da turma do Cinema de Guerrilha da Baixada foram selecionados dois filmes que enfatizam os problemas hídricos, que são “Paraíba pede Socorro”, sobre o Rio Paraíba do Sul e “Salvem o Rio”, que aborda o Rio Pavuna. Com abordagens ambientais os filmes estão cada vez mais próximos do cotidiano e chama atenção para o consumo consciente, mitigação de desperdícios e destinação correta do lixo aproximando ainda mais os filmes da realidade dos participantes.
Durante os dois primeiros dias a mostra terá a presença de alunos do ensino médio e fundamental da Rede Pública de Ensino de colégios do território, mas todas as sessões estão abertas e gratuitas ao público em geral.
Sobre a Onda Verde
A organização da sociedade civil, fundada em 1994, tem por objetivo promover a educação ambiental, recuperar áreas degradadas e trabalhar a inclusão social a partir da mobilização de uma rede de parceiros. A instituição visa ampliar o impacto de suas ações como gerador de transformação social. Com 29 anos de atuação, já realizou o plantio de mais de 3 milhões de mudas nativas de Mata Atlântica em diversos projetos e alcançou mais de 200 mil alunos nas escolas da Baixada Fluminense e em seu Centro de Educação Ambiental (CEA), localizado no bairro de Tinguá.
Informações
Mostra de Cinema Ambiental Onda Verde
Datas: Dias 27, 28 e 29 de julho
Endereço: Onda Verde – Rua Nossa Senhora da Conceição, 6 – Tinguá / Nova Iguaçu – RJ
Sessões: Quinta e Sexta-feira das 9h às 10h e 14h às 15h | Sábado das 10h às 13h.
Entrada: Gratuita
Capacidade do local: 90 pessoas
Site: www.ondaverde.org.br
Anuncie no BRAVA!
Entre em contato pelo e-mail comercial@bravabaixada.com.br e peça um orçamento.