Os deputados integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Trens, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizaram, nesta segunda-feira (02/05), vistoria no ramal ferroviário de Japeri, na Baixada Fluminense, um dos principais do sistema operado pela concessionária SuperVia.
Integrante da comissão, o deputado Luiz Paulo (PSD) ressaltou que identificou os mesmos problemas verificados na vistoria realizada na última semana no ramal Santa Cruz – lixo nas margens da linha férrea, buracos nas paredes, dormentes em mau estado, falta de acessibilidade. De acordo com o parlamentar, o valor da passagem não é condizente com o serviço ofertado à população fluminense.
“Nas estações de Santa Cruz nem banheiro tem. O sistema de drenagem está todo entupido, há um matagal imenso e muita sujeira. O ramal ferroviário é o que organiza o transporte na Região Metropolitana, e com esse transporte precário há perdas de emprego e consequentemente queda no desenvolvimento econômico e social. O Pacto RJ deveria investir recursos para reestruturar o sistema ferroviário”, afirmou Luiz Paulo.
O deputado Waldeck Carneiro (PSB) apontou que a atuação da comissão conteve o aumento de 40% no preço da passagem e enfatizou que o governo do estado precisa inspecionar a qualidade do serviço prestado pela Supervia.
“É necessário que haja uma fiscalização rigorosa e qualificada na concessão. A Agetransp, em sessão da CPI, afirmou que só conta com dez fiscais em convênio com a Central Logística para fiscalizar 270 quilômetros de malha ferroviária e 104 estações. O interesse público do usuário, do trabalhador que pega o trem diariamente não está sendo levado em conta”, observou o parlamentar.
Volta do trem expresso
Durante a inspeção, a presidente do colegiado, deputada Lucinha (PSD), destacou que é preciso abrir uma excepcionalidade no decreto de calamidade pública, para que o trem expresso volte a percorrer as 34 estações do trajeto que vai de Santa Cruz à Central do Brasil.
“Na estação Deodoro, as pessoas saem correndo para pegar outra plataforma para embarcar em outro trem expresso que vai para a Central do Brasil. É um deslocamento desnecessário. Queremos fazer esse levantamento para que, no relatório final, a gente possa apontar que a Supervia é a grande responsável por esse serviço precário. Vou solicitar essa excepcionalidade, para que esse decreto não vigore nos transportes públicos, já que comércio, indústria e serviços já estão sendo normalizados. É uma demanda antiga da população de Santa Cruz, são mais de duas horas no trem”, disse Lucinha.
Também participaram da vistoria as deputadas Martha Rocha (PDT) e Enfermeira Rejane (PCdoB), além do deputado Eliomar Coelho (PSol).
Acompanhe o BRAVA nas redes sociais (Instagram, Youtube, Facebook, TikTok, X e LinkedIn).