Protocolo Rakydia 399: banda da Baixada grava clipe na sala de um espaço cultural em Duque de Caxias

Em abril deste ano, a banda Protocolo Rakydia 399 transformou a sala do espaço cultural Onofrevo, em Duque de Caxias, em cenário para o videoclipe Diário de Sophia. O que nasceu como um improviso em um dia de chuva virou produção coletiva com artistas da Baixada Fluminense e símbolo da resistência cultural que move o grupo desde o início.

Formada por amigos de adolescência que cresceram entre Vila Maria Helena, Xerém e Vila São Luiz, a Rakydia é o resultado de um reencontro entre músicos que já passaram por outras bandas e decidiram criar algo com mais identidade.

“Quando a Rakydia surgiu, a gente queria fazer algo que realmente pudesse ajudar as pessoas de alguma forma. Nesse sentido geral, a gente queria fazer algo material também”, explica o guitarrista Mazinho, que começou no baixo e hoje divide a estrada com Cabeça (bateria), Igor (vocal) e Bardo (baixo).

Há três anos em atividade, a banda se mantém sem apoio financeiro. Todos os integrantes vivem da música e sustentam o projeto por conta própria, buscando fortalecer a cena cultural da região. Um dos principais aliados nesse processo é o ativista cultural Antônio Carlos, fundador do Onofrevo, espaço que se tornou ponto de encontro de artistas da cidade e parceiro na produção de eventos.

Foi em uma dessas apresentações, diante da previsão de chuva, que surgiu a ideia do clipe. O show intimista na sala do Onofrevo foi tão bem recebido que a banda decidiu registrar a experiência com direito à participação de outros artistas que frequentam o espaço. O resultado é o videoclipe Diário de Sophia, lançado em abril.

Além do clipe, a Rakydia está trabalhando em um álbum com 12 faixas e outros videoclipes. A proposta é expandir as colaborações e unir diferentes expressões artísticas.

“A gente quer a participação de outros artistas, a gente quer colocar trap, dança e ilustrações. Tudo envolvendo artistas, principalmente da Baixada, pra mostrar que a gente tem força”, reforça, Mazinho.

O nome Protocolo Rakydia 399 carrega o espírito do grupo: ir na contramão do óbvio.

“A gente não queria virar blogueiro, queríamos algo enraizado. Então botamos um nome chato, difícil de saber, porque só quem gostar mesmo vai estar junto com a gente”, explica o guitarrista.

Na margem da indústria musical, Protocolo Rakydia 399 segue firme fazendo da arte um ponto de encontro e da Baixada, um território de criação coletiva.