De 13 a 22 de junho, a Fundação Itaú apresenta na Bienal do Livro Rio 2025 um recorte da Ocupação Machado de Assis, a mais visitada desta série de exposições realizada pelo Itaú Cultural. A mostra, que no ano passado esteve quase na íntegra na Bienal do Livro de São Paulo, é uma oportunidade para um mergulho na vida e na obra do autor que inspirou gerações de escritores e se tornou um divisor de águas na história da literatura brasileira.
Entre vídeos, fotos, livros e fac-símiles, a Ocupação Machado de Assis faz um passeio pelos 69 anos de vida de Machado (1839-1908), apresentando suas diversas facetas. Além de escritor, ele também atuou como censor, funcionário público e tradutor.
A exposição
A Ocupação Machado de Assis se estende pelos 100 m² do espaço da Fundação Itaú, localizado na Q 53 / R 54 do Riocentro. Logo na entrada, o público encontra um ambiente que estiliza o lugar onde Machado escrevia, com uma representação de sua mesa, cadeira e estante, com réplicas de objetos usados por ele, como penas, tinteiro, mata-borrão e pincenê (óculos sem haste que se prendem ao nariz por meio de uma mola). Também está ali a coleção Todos os livros de Machado de Assis, uma parceria entre a Editora Todavia e o Itaú Cultural.

Da montagem original da exposição no Itaú Cultural, vem um jogo de palavras-cruzadas referentes a diferentes elementos que compõem a trajetória de Machado de Assis, como nomes de personagens, obras, locais do Rio de Janeiro onde transcorrem as suas histórias e de instituições por onde ele passou. A diferença no recorte da Bienal é que o passatempo, antes preenchido por letras em ímã, é oferecido impresso para que os visitantes possam levar para casa.
De suas outras facetas, podem ser vistos sua influência no teatro, análises sobre suas crônicas e registros de sua atuação como tradutor e autor traduzido. É o caso da exibição de trecho da tradução feita por ele para a obra Queda que as mulheres têm para os homens tolos, do escritor belga Victor Héneux, e da carta recebida pelo homenageado, que o comunicava da publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas no Uruguai.
Trajetória em obras e na vida
Por meio de fones disponibilizados na exposição, o visitante faz um passeio pelo mundo por meio da obra machadiana, ouvindo um trecho do capítulo Olhos de ressaca, do livro Dom Casmurro, em diferentes línguas, representando os países que receberam a tradução desta obra. É o caso da Croácia, Espanha, França, Inglaterra, Líbano, Japão, Polônia, Alemanha, Dinamarca, Estônia, Holanda, Estados Unidos, Itália, Romênia, Sérvia, República Checa, Suécia e Egito. O mesmo trecho de Olhos de ressaca também estará em Libras, em um tablet, no mesmo espaço da mostra.

Entre os vídeos, está o registro feito com jovens estudantes da Escola Estadual Maria Trujilo Torloni, em São Caetano do Sul (SP), sobre suas impressões do conto O caso da vara, de Machado, após uma ação conduzida pelo professor Alcides Villaça, em 2023. O público se encanta, ainda, com um trecho do documentário Um apólogo – Machado de Assis (14 min, 1939), do cineasta Humberto Mauro, que narra momentos da trajetória do homenageado, com imagens antigas do Rio de Janeiro.
Há também um espaço dedicado à biografia do autor, nascido em 1839 no Morro do Livramento – local conhecido hoje como Pequena África, na região central do Rio de Janeiro –, mesma cidade onde morreu, em 1908. Joaquim Maria Machado de Assis, ou simplesmente Machado de Assis, viveu por quase 50 anos sob o regime escravocrata brasileiro. Era filho de Francisco José, homem afrodescendente e pintor de paredes, e de Maria Leopoldina, mulher branca, portuguesa nascida em uma das ilhas dos Açores, e lavadeira, além de ter sido neto de ex-escravizados que ganharam a liberdade.
A obra de Machado de Assis está há mais de 100 anos no centro dos estudos e debates sobre a literatura, a cultura e a formação social brasileira – no Brasil e no exterior –, envolvendo questões de classe, gênero e raça. Embora tenha se consagrado como autor de textos narrativos, Machado também se destacou no desenvolvimento de crônicas?e outros gêneros literários.?Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1897, ele assumiu a primeira presidência da casa, da qual também foi patrono.
SERVIÇO:
Ocupação Machado de Assis na Bienal do Livro Rio 2025
De 13 a 22 de junho
Segunda-feira a quinta-feira, das 9h às 21h.
Sexta-feira-feira, das 9h às 22h.
Sábado e domingo, das 10h às 22h.
No estande da Fundação Itaú – Q 53 / R 54
Riocentro (Av. Salvador Allende, 6555 – Barra da Tijuca)
Ingressos: R$ 42 (inteira); R$ 21 (meia-entrada). Professores e bibliotecários têm direito à entrada gratuita ou desconto mediante apresentação da carteira profissional.
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