É climinha de Copa sim! Depois de 26 anos, um filme brasileiro está concorrendo a mais de uma categoria na maior premiação do cinema internacional. Neste domingo (02/03), não vai ter pra ninguém, só veremos brasileiros apreensivos e torcendo muito “Ainda estou aqui” ganhar o Oscar. A Rede Globo, além de passar os desfiles das escolas de samba, vai transmitir a cerimônia ao vivo, a partir das 21h.
Resumo de “Ainda Estou Aqui” (com SPOILER!)
O filme conta a história de Eunice Paiva, a viúva de Rubens Paiva, ex-deputado federal que foi preso, torturado e brutalmente assassinado por militares no quartel do exército, localizado no Rio de Janeiro.
Após a visita de agentes do DOI (Destacamento de Operações de Informações), Rubens deixou sua esposa e cinco filhos na casa onde morava no Leblon, com a justificativa de somente esclarecer informações. Ele foi levado por dois homens, enquanto outros cinco ficaram em sua casa, vigiando a família. Após alguns dias, os agentes também levaram Eunice e sua filha Eliana para prestar depoimento. Lá, elas sentiram na pele as violências pelas quais vítimas e presos políticos passaram no período da ditadura militar.

Após passar semanas presa, Eunice volta para casa. Vendo seus filhos sofrer e perguntar pelo pai, ela se manteve firme, não abaixou a cabeça pra violência sofrida e decidiu começar sua luta para encontrar o marido. Com dificuldades financeiras, depois de esperar por meses uma resposta sobre o paradeiro de Rubens Paiva, Eunice decide ir para São Paulo morar perto da mãe e voltar a estudar.
Rubens nunca voltou do quartel, o homicídio foi negado por parte do exército brasileiro e seu corpo nunca foi encontrado. Eunice, então, se tornou a única responsável pela família de cinco filhos e com muita garra e perseverança, seguiu lutando pelo reconhecimento da morte de seu marido por mais de 30 anos.
Importância história
Apesar de uma galera não considerar o período entre os anos 1964 a 1985 uma Ditadura Militar, e preferir chamá-lo de contra-revolução, aqueles que viveram os horrores do Regime Militar podem detalhar e confirmar o contrário. Além de contar a história de uma mulher que encarou a violência e a brutalidade militar com perseverança, “Ainda Estou Aqui” nos relembra um período do qual não gostaríamos de lembrar, mas que é necessário, para que estejamos atentos aos indícios e não deixarmos este passado voltar.

Indicação ao Oscar
“Ainda Estou Aqui” está na corrida para a vitória em três categorias: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz para Fernanda Torres. O brasileiro ama ser feliz com pouco, imagina com a possibilidade de um Oscar?! Somos apaixonados por aqueles que conseguem mostrar ao mundo que aqui reside muita gente feliz e talentosa. Gostamos mesmo de saber que o mundo sabe da nossa existência e não só por meio das notícias de violência e estatísticas que nos colocam na posição de um país subdesenvolvido. Por isso, a gente cria climinha de Copa sim, pula de alegria e grita muito, porque ser feliz tá no nosso sangue.
Nota: 9,5. EMOCIONANTE DEMAIS!
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